segunda-feira, 1 de julho de 2013

Livro Historia da Passagem Rui Barbosa no Bairro do Guamá ( Quase concluido)













HISTÓRIA DA PASSAGEM RUI BARBOSA  
NO BAIRRO DO GUAMÁ



Sebastião Pereira Viana Júnior

             
















 A História de todas as Sociedades Até hoje tem sido a História das Lutas de Classes
                                      Karl Marx




















Colaboradores

Maria Lilia Teixeira de Carvalho
Maria Tereza de Carvalho Soares
Maria de Nazaré Souza de Morais
Marco Aurélio Carvalho Viana
Pedro Carlos da Silva
Silvia Helena Carvalho Viana

Revisor

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Artes “capa”

xxx



















Belém- Pará- Brasil
Novembro de 2012



























                                                       Orgulhosamente agradecido pelos colaboradores
                                                       Que foram moradores, familiares em especial a
                                                       Maria Lilia e Maria Tereza, e Maria de Nazaré
                                                       Que forma a base do meu trabalho.
                                                       E agradecer a toda a comunidade que faz parte
                                                       Desse contexto histórico e cultural com suas
                                                       Festas, religiões, movimentos sociais
                                                        entre outras   coisas, obrigado a todos .
    
























Sumário.


Pg.
1...........................................................Capa
2........................................................... Colaboradores
3...........................................................Agradecimentos 4...........................................................Sumário
5........................................................... Ao Leitor 
6........................................................... Prefacio
10......................................................... Histórias Relatadas e Observações de Campo
25......................................................... Historias Hilárias e Contos Folclórico 43..........................................................O Autor


































Ao Leitor

A história não é estática, ela muda o problema, é que até hoje na historia não se resolve os verdadeiros problemas de uma sociedade caótica, e em que a maioria está alijada do poder de uma democracia falsa e de uma ditadura burguesa, que tomou o poder na sociedade e implantou o capitalismo.
Nos não vimos à ascensão da classe povo ao poder a não ser ficar em baixo na pirâmide social. Num mundo de injustiças, desigualdades e interesses onde prevalece a vontade dos grandes e poderosos.    
Realmente a vida não dá muito oportunidade, nem chance para os fracos, a historia é a mesma desde a pré historia onde há estratificação social e injustiças, enganações, religião, sempre existiram e vão sempre existir.
Você acha justo essa passagem ser considerada ribeirinha, mas, no entanto não ter mais passagem para o rio Guamá porque a indústria capitalista tomou como posse o rio e impede o acesso a ele?
É difícil crescer num lugar onde a moral às vezes é nula, e a violência, é tida com parte comum de uma sociedade onde vale a lei do mais forte, e onde os costumes foram superados por praticas capitalistas, nos aprisionando para sempre para os interesses dessa classe opressora.
A nossa formação é operaria e é esse o único meio que a comunidade encontra para viver e  acreditando no que quer e não na verdade cruel do capitalismo. Falta-nos formação critica sobre a sociedade e educação. O que nos realmente queremos para viver numa sociedade justa e igualitária.                                                                                                O que você acha do crescimento desordenado da população e seu impacto na natureza e a transformação da natureza para o meio urbano, onde se cresce sem um planejamento do governo e sem a devida preocupação em educar as crianças para um futuro melhor para as pessoas.
Na sociedade do consumismo, a ordem é comprar as mercadorias do momento sem se importar com a sugação a natureza, pois utilizar produtos retira-se da natureza e é tudo imposto pela grande indústria capitalista que nos aceitamos isso sem contestação. 
Como mudar em quadro tão desfavorável desse para uma pessoa que esta chegando à sociedade como os jovens.
Em um mundo sem ética, a pergunta é quando vira a mudança e como será essa mudança. Não temos que nos conforma, com uma vida sem oportunidades, temos que ser rebeldes, contra o sistema que está nos alijando da educação de verdade.   
















                                                     Prefácio

A historiografia da passagem Rui Barbosa no Bairro do Guamá está muito ligada à vinda dos primeiros moradores a essa passagem. Até então normal como o nascimento de qualquer comunidade que possa surgir nessa grande Belém.
Com o objetivo de mostrar a relação humana, e acontecimentos, no lugar onde moramos e de onde participamos de muitas histórias juntos, ligados ou não as classes dominantes, e provando que a economia e a tese marxista tem um cunho de verdade, e  mexem sim com os habitantes, e pode nos influenciar.
           Visando o objetivo de escrever ou contar algum relato de nossa identidade, da nossa história da nossa formação da nossa cultura para, evitar que um dia quando alguém perguntar sobre a história dessa passagem, a resposta não fique somente numa resposta superficial de como se formou essa comunidade.
           Hoje já é difícil colher informações, imagine daqui a uns 50 anos. Quando as próximas gerações que vão crescendo, ou outros que podem a vir comprar um terreno e nem terão a chance de dizer, que nasceram aqui ou tem parentes, quantas relatos caíram no esquecimento devido à falta de um dos pioneiros.
           Essa historiografia é baseada em relatos de moradores antigos, não completamente dos pioneiros mas daqueles que tem uma ligação com os primeiros. Quando se trata da origem dos primeiros habitantes, e como era o terreno. Alguns temas como a política é mais baseado na observação de alguns anos recente possivelmente nas décadas de 1990 e 2000.
           Outras são histórias que os moradores contam, ou vieram não é muito diferente do resto de Belém, mas somente aqui teve uma identidade particular que precisa ser contada. A base dessa historiografia é feita toda com conversas e depoimentos de moradores mais antigos do que eu pelo menos, e junto com certo conhecimento acadêmico.
           Nem apenas de relatos, e contos folclóricos, serão debatidos aqui, mas tentarei abordar aqui algum assunto que pode causar um despertar em sua consciência com base na riqueza do meio onde eles vivem.
           Desenvolver uma amostra historiográfica de uma comunidade e remontar a origem de seu desenvolvimento tanto intelectual quanto acadêmico. Descobrindo as origens, o que incomoda naquela área o que existia antes de sua chegada e qual a conseqüência de crescimento da passagem e principalmente, o que é a comunidade.
           O fato do crescimento da passagem, desde a chegada dos primeiros moradores, e por nunca terem sido agraciados com uma obra de peso do governo, tudo tem sido feito pelos moradores. Abordar a forma como se comportam hoje, descobrir os motivos que levaram uma população a expansão de uma passagem como conseqüência demográfica, e se esse crescimento desordenado e a influencia nos traços culturais capitalista.
            É um trabalho feito com base marxista apoiado pela filosofia e sociologia e psicologia onde tem a visão critica da religião e do capitalismo. Não deixa de ser uma historiografia social baseada no que a comunidade fez nos últimos 50 anos.
             Hoje se me perguntarem como era essa passagem, talvez pudesse falar não tão bem como aqueles antigos falam, mas já é um começo para quem não viveu no inicio. No começo desse estudo pensei em, desistir, pois quando botava as idéias no papel quase não saia nada, isso me desanimou foi quando tive a idéia de intitular essa parte de teoria, eu imaginava como era e como foi à chegada dos primeiros.
            Depois com a ajuda dos moradores apareceram fatos, fotos idéias e uma historiografia fantástica desse pedaço de Belém, quando fui perguntar tudo observando, percebi que tinha saído de uma falta de conhecimento a respeito de nossa história impressionante.
             Outro fato que ficou muito claro foi o descaso com os moradores nunca houve uma atenção especial do governo, para com eles, mas não quer dizer que alguns não tenham visitado a passagem, em época de eleição.
            A história está dispersa alguns são mais conhecedor da religião, outros tiveram contato com a associação dos moradores, outros não, outros se mantiveram ausentes, mas não quer dizer que estão fora da história.
            Também o fato capitalista, é muito marcante os mesmos produtos que não faziam parte do ser ribeirinho, em épocas em que eles lutavam para ter uma televisão preta e branca ou alguns produtos mais avançados como o vídeo k7, quando esses produtos estavam presentes quase que totalmente na vida da população.
            Quando viram que não tinham mais como exalar o seu veneno, os capitalistas lançaram o DVD. Eles mudam e renovam a sua existência e escraviza cada vez mais a população. Percebemos nisso que a mesma critica, feita para aqueles que preferiram se equipar ou se desenvolver, curiosamente estamos vivendo o mesmo dilema nos tornamos operários, mas adquirimos os produtos capitalista, é motivo de honra ter aparelhos, do que conhecimento é mais importante, queremos DVD computador TV de plasma etc. antes uma  TV e  vídeo e um sapato de marca, do que a liberdade intelectual.
          Eles renovaram de forma fantástica a sua forma de escravidão isso se reflete nessa passagem, como em qualquer parte do mundo. Se for à religião eles nos colocam sem saída se não damos dinheiro é porque não temos fé e vamos responder com o pai maior se damos temos fé e temos que manter esse padrão e quem sofre é as crianças que passam necessidades.
           A História dos moradores da passagem Rui Barbosa, foi um trabalho muito difícil de ser realizado. Porque a chamada historiografia é uma ciência que estuda qualquer um de nós, pois qualquer pessoa tem história. A historiografia veio para contar a história de cada um de nós, basta querer mostrar ou desvendar, por aqui as lutas de classes as idéias marxistas passaram longe da passagem Rui Barbosa, é o que eu posso dizer nesse momento, pois nunca ouvi falar de alguém que cultuava essas idéias.
            Imagine uma passagem onde surgiu com uma cidade fantástica histórica, onde nasceu como forte para resguardar o continente, onde ouve uma luta de classe e uma infinidade de pessoas cada um com a sua própria historiografia. Agora imagine quantos séculos seriam necessários para escrever sobre essa cidade
            Seria quase impossível, mas nessa cidade existe uma passagem onde diversos moradores com menos expressão numérica, mas nem por isso seria fácil escrever 100% dessa história. Nessa passagem existem pessoas que vieram da várias regiões de todo o Brasil talvez. O nome é uma homenagem ao celebre Ruy Barbosa. Acredito que quando os primeiros moradores ou aventureiros chegaram nesse lugar tudo não passava de uma floresta, um labirinto aquático, era um igapó.
            Até onde sei, as casas eram de madeira, algumas mas antigas com enchimento de barro até 1992, ainda existia uma casa nesse estilo, ouvi dizer quando os moradores saiam para pegar uma determinada passagem mais alta tinham que ir sem sapatos para não molhar os pés.
           Não tenho certeza, mas uma passagem onde estava localizada em uma das cidades que mais teve destaque na história do Brasil coma construção do Forte do Castelo, a cabanagem trafico de africanos constantes conflitos com os índios, isso me leva a crer que ela só pode ter sido fundadas por índios ou descendentes, com portugueses ou índios de raça pura mesmo.
            A verdade é ao se unirem numa comunidade, juntos vieram uma série de costumes, e tradições num só lugar, assim é claro poderiam ter perdido sua identidade. Por exemplo, um homem que veio do nordeste aqui não tem cactos, ou a famosa rapadura não na quantidade que eles consomem, então basta uma geração ou algumas horas de fome para ele esquecer sua terra. E começar a se adaptar as comidas e costumes  daqui, e se possível fundir o que ele sabe e tem ao seu redor.
             Mesmo assim hoje, sinto falta de uma identidade construída nessa passagem, os moradores nem ao menos se preocupam com a identidade, de onde vieram quantos são as pessoas de outros Estados quantos anos tem a passagem etc.
              Eu não os culpo afinal de contas somente depois de meus 27 anos que comecei a pensar sobre a formação dessa passagem. E essa historiografia até porque está ligado a faculdade de história, então não é culpa dos moradores por não conhecer uma ciência que conta a nossa história.
             Imagino que a história dessa passagem é tão fantástica, que existiram aqui coisas e costumes que ninguém nunca mais vai ver ou falar, eu já vi uma avenida asfaltada onde nós pegamos os ônibus mas não tenho idéia de como era antigamente. Também cheguei a ver a armação de um ônibus antigo, que seria para nos o mais moderno dos ônibus. sei que ele ficava parado num dos grandes quintais dessa passagem com o tempo foi destruído pela ferrugem.
             Carroça existe até hoje, e tantas outras coisa surpreendentes de séculos passados como aquela famosa luta de índios, e escravos dos soldados da borracha. A 2º guerra mundial etc. O certo é que vi realmente o ribeirinho, eu vi os índios eu vejo as canoas eu vi realmente a formação de um povo e seu folclore. Assim com eu vi em muitas partes esses povos perderem sua identidade para dar lugar aos produtos capitalistas, eu mesmo não gosto de açaí, mas também não gosto de coca cola ainda sim prefiro a nossa boa bacaba que não é açaí, mas é do Pará.
             Eu vi surgir o shopping e quase sumir o comercio tive a honra de andar pelas ruas onde ainda elas eram feito de pedra paralelamente hoje deu lugar aos asfaltos "nem ao menos esses tijolos ultrapassados chegaram a Rui Barbosa.
            Vi os moradores dessa passagem por diversas vezes, se mobilizar por uma copa do mundo por uma eleição, carnaval e tantas outras coisa que surge no Brasil e aqui também. Eles chegaram uma vez a se organizar para efetuar a melhoria da passagem, até construíram uma ponte de concreto, faziam limpeza raspagem, mas porque não adotar uma data comemorativa como o nascimento da passagem, ou qualquer outra homenagem que ele queiram fazer.
             Fui testemunha quando se envolveram com a luta política uns contra os outros a favor de determinados políticos confesso que essas lembranças são poucas, pois faz um bom tempo desses acontecimentos. Também faz tempo que não se mobilizam por algum movimento social a nosso favor parece que acabou a organização não sei explicar porque, mas fico triste com essa situação.
          Não cheguei a pegar a época das enchentes aqui, ou não me lembro mas percebi e vi muitos moradores evoluírem a deixar de morar em casa de alvenaria, algo melhor. Assim como vi também muitos pararem no tempo, cheguei a presenciar um homem a moda antiga, com sobreira e revolveres na cintura como antigamente.
           Fui testemunha como nasce o folclore e como esse povo e danado para inventar e imaginar coisas fantásticas. Eu vi como nasce um mito e vi principalmente como muda o comportamento das pessoas na sociedade, vou só lhes dar um exemplo. Caso a donzela ficasse grávida a família rejeitava a moça, e era posta fora de casa, vi alguns casos dessa humilhação, assim vi a conversão para não mais rejeitarem a moça, isso aconteceu nessa passagem.
          Agora em 2008, o que eles querem? O que posso dizer é, alguns buscam passar no vestibular, outros trabalham e vivem disso, outros foram para a política alguns são mais religiosos e outros se preocupam com a parte intelectual filosofia, sociologia história etc. entre outras ciências humanas.
          Não teria folha para escrever tanta história mesmo que seja a história de um conhecido popularmente como "papudinho". Aja folha e cachaça para escrever. Nesse trecho deu para entender o que é historiografia.
          O próximo passo é saber o que é a Rui Barbosa e porque ela nasceu aqui para isso somente indo atrás de fontes históricas, como nunca é fácil para o historiador saber onde encontrar uma coisa que ninguém sabe quem é ou se foi guardado.
            Assim como posso dizer que aqui era a Amazônia, pois cheguei a presenciar a beleza das árvores e a originalidade do sabor se seus frutos, mas não posso dizer mais do que isso, existem outros com mais experiência e mais vivencia e pode contar mais detalhe e vou tentar fazer agora nesse trabalho com alguns testemunhos de moradores antigos.
             Existiu num certo tempo uma junta entre os moradores, tipo uma organização uma entidade não governamental, como já disse a cima vale lembrar que essa organização foi responsável pela construção da ponte e algumas atividades a mais, hoje em 2007 a passagem está entregue não tem ninguém a frente.
             Essa passagem já foi mais alegre, eles faziam festas quadrilha concursos, a famosa "rua de lazer" que era uma iniciativa de candidatos a cargos políticos para conseguir voto. Hoje isso é proibido de qualquer forma havia união.
            Até 1977 era completamente arborizado dava para sentir o clima puro das árvores, de forma gradual as casas em sua maioria de madeira foram dando lugar as de alvenaria e conseqüentemente os quintais que eram cheias de árvores amazônicas foram extintos para dar lugar às construções e as vezes casas de madeira, desordenadamente  Maria Lilia  uma vez falou “A passagem Rui Barbosa virou favela", porque ela olhava do alto e via árvores, hoje ela vê casas coladas uma na outra.
             No seu inicio por mais que fosse possível um carro jamais poderia entrar nessa passagem, atualmente o piso é de piçarra hoje alguns moradores colocam árvores na frente das casas até que ficava bonito
            A data da possível formação 1951 a 7959 nessa época já poderia ter vindo os primeiros habitantes. Entre varia cidades e outras passagens, como Oriximiná, Ceará, Garupa, São Domingos do capim, Cametá, Igarapé Miri... A avenida principal é a Bernardo Sayão era a antiga Estrada Nova já foi asfaltada. É a avenida principal com a passagem Rui Barbosa, mas existe muita divergência entre os moradores sobre a idade da passagem.
            Possivelmente a escolha do nome, já por volta de 1970, já era batizada a formação começou em 1959. Então nesse meio tempo entre 15 e 16 anos já estava sendo escolhido o nome, lembrando que isso é só uma teoria calculada nos anos 2000.
           O Ruy Barbosa morreu em 1923, sabemos que os primeiros chegaram provavelmente em 1959, então quer dizer que por meios da história dele, teve uma influencia. Mas quem escolheu o nome estava tentando a cima de tudo mostrar que a democracia é fator principal através de um grande jurista.
           O homem que escolheu esse nome também mostra ter um conhecimento, não deveria ser alguém sem estudo. Outra hipótese pode ser o fato de Ruy Barbosa ser baiano e quem sabe não andava por essas matas um baiano e sugeriu o nome.
            Em a questão da moralidade podemos dizer que consiste a moralidade fora os deveres com a pátria, eles querem ser superiores se possível em relação aos outros  do resto da passagem embora essas divisões de níveis esteja no mundo aqui, eles se iludem em achar que podem fazer isso. Quando na verdade não passam de uma classe operária e muitos não têm consciência disso. É uma realidade a forma como essa sociedade costuma copiar os conceitos burgueses de viver, lembrando que a maioria dos argumentos é só uma teoria é só uma teoria nesse prefacio o que vêem a seguir são com base me relatos.
O importante é mostrar e criar fontes históricas, para que a passagem se torne conhecida da sociedade; Vamos criar publicar, e apontar onde elas estão para que possamos guardar e contar a nossa historia.  
            Imagine um lugar onde tudo era uma floresta, um igapó onde dona Antonia falou para Maria Lilia que ela caçava paca mucura etc. O terreno estava dividido entre dona Antonia Silva de Souza e Venâncio, a qual era conhecido como "francisquinho", que é como vai ser citado daqui em diante onde no conflito os dois derrubavam a cerca para aumentar suas poses
Depois do episodio em que ela pegou a sua espingarda e ameaçou o francisquinho isso ela contando para Maria Lilia depois desse ocorrido eles pararam com essa briga. Esses dois foram um dos protagonistas dessa passagem ambos já morreram, eles tinham a maior poção de terra dona Antonia era quem mais vendia parte de seu terreno já o francisquinho os filhos vieram vender mais tarde em pouca quantidade.
           






























Histórias Relatadas e Observações de Campo

 Por volta de 1959 chagava os primeiros moradores de uma passagem batizada de “escorrega”, onde com botas e um terçado dona Antonia abria caminho e pegava jabuti, mucura, preguiça etc.
Depois vieram outros que compravam terrenos capinavam e marcavam a área com uma árvore, como símbolo de sua presença no local, e por incrível que pareça os que ali chegavam depois, respeitava a simples presença da árvore. Repare a beleza da cultura em demarcar a terra plantando uma árvore.
Antigamente na época do ribeirinho João Ribeiro que vivia na beira do rio, e da vinda dos primeiros moradores, na possível existência da passagem, existia ali uma sumaumeira na entrada da passagem ela era imensa, e cheias de passarinhos segundo os relatos de tio Pedro nos anos 2000.
 A pequena passagem do escorrega, geralmente veio a ser habitada por um jovem casal ou uma família já formada. Até 1970 ainda era muito rústico, quase todas as casas eram de madeira, e palha em cima, que consistiam em ter uma televisão colorida vermelho verde amarelo, um radio, as crianças não passavam da porta e o cachorro que era indispensável.
 As cuieiras eram mais valorizadas, onde todos compravam hoje ela se estraga no chão, tem paraense que nem conhece sua função utilitária, os quintais eram grandes e cheio de árvores hoje se tornaram a casa dos filhos dos primeiros. Segundo Marco Aurélio, ele alega que conversou com um desses antigos, e ele disse que antigamente eles costumavam pescavam da janela de casa pára a igapó que existia ali. Alguns anos eles tinham acesso ao rio Guamá.
Outro dos primeiros moradores era um ribeirinho chamado José Ribeiro que morava na beira do rio, os moradores pescavam e vendiam peixe e outros alimentos que o rio fornecia. Hoje o rio encontrou dono deu lugar aos meios de exploração da burguesia, com a construção do hotel e da fabrica. Isso é uma pequena parte da história dessa passagem, a atual Rui Barbosa no bairro do Guamá desde seu inicio, os moradores vêem travando uma batalha contra o descaso, sozinhos construíram pontes para andar sobre o alagado, aterravam com serragem, caroço de açaí, aço da Copala, troncos de árvores de açaí ou algum político querendo voto, jogava algum aterro para influenciar as massas a votar nele.
Cansados de reformar as pontes de madeira para ter acesso a Bernardo Sayão, se uniram e construíram uma de concreto e fizeram comemoração sem nenhuma entidade governamental. Depois de 50 anos talvez de sua formação parece que agora em 2007, nossa prefeitura resolveu asfaltar a passagem, os homens que fazem isso, não devem ser adorados pois é obrigação deles não é favor, isso é um direito conquistado pelos moradores que vêem reivindicando saneamento, e se organizando ao longo do tempo.    
Fonte conversa com Maria Lilia Teixeira de Carvalho e Maria Tereza de Carvalho Soares. Imagine um lugar onde tudo era uma floresta, um igapó onde dona Antonia falou para Maria Lilia que ela caçava paca mucura etc. Até na década de 1990, ainda se achava mucura por lá e tinha morador que adorava comer esses animais. 
 O terreno estava dividido entre dona Antonia e francisquinho, onde no conflito os dois derrubavam a cerca para aumentar suas posses. Depois do episodio em que ela pegou a sua espingarda, e ameaçou ele, isso ela contando para Maria Lilia, que repassou pra mim, ai eles pararam com essa briga. Esses dois foram um dos protagonistas dessa passagem, ambos já morreram eles tinham a maior porção de terra dona Antonia era quem mais vendia parte de seu terreno já o francisquinho os filhos vieram vender mais tarde mais em poucas partes.
Dizem que o francisquinho era um homem que ostentava um comportamento que não agradava muitas pessoas, e que tinha atestado de louco ninguém podia passar na frente de seu terreno. Uma vez uma criança passou e arrancou uma folha por isso ele bateu nela, ai acontecia àquela confusão as pessoas iam à delegacia, mas ele sempre saia bem, pois tinha o atestado dizem que ai que ele fazia mesmo. Quando porcos ou outros animais passavam ele matava e dava para os filhos comer alegam que eles andavam nus no terreno.
Quanto ao nome da Rui Barbosa para a pequena comunidade, rezam que, nas historias que tinha uma moça que falava muito no Ruy Barbosa ela se expressava bem na língua portuguesa, por isso ficou em homenagem a ela também e ao ilustre advogado, sempre tem um estudante que marca, no relato de Maria Tereza.
 Uma boa história, com bases confiáveis e um olhar serio sem interferência só fazendo a pesquisa de campo seria um trabalho fantástico de um povoado somente o que aconteceu. Mas tem que ter a critica do autor, baseados nas teorias da sociedade.
À medida que fui colhendo depoimentos, e escrevendo, não ouve como fugir da critica, tanto no lado político como religioso que é a parte mais polemica e impressionante, como nos últimos anos, e como eles sobreviveram sozinho sem nenhum auxilio governamental. Formaram associação, se organizaram foram iludidos por 30 anos por candidatos promesseiros e algumas pessoas interessadas em assuntos particulares.
A formação da passagem, ainda esta acontecendo, mas percebemos que com a medida que o tempo passa, as casas a passagem vão se transformando, e se embelezando. Sobre o assunto ecologia, e aquecimento global há 20 anos, ninguém sabia o que era isso, os grandes responsáveis por essa tragédia não deixa duvida que seja a classe capitalista “burguesa”, mas não podemos esquecer que onde esse povoado se encontra era tudo Amazônia.
O que os habitantes fizeram aqui não foi só um fenômeno demográfico, mas uma herança da classe camponesa que se expande como forma de sobrevivência enquanto a elite se mantém no poder.
A cultura criada nesse chão não passa de uma continuação do quadro de Belém, só se modifica de acordo com o nível de formação critica dos habitantes o que antes era uma história cultural imaginária baseada na natureza, hoje é criticada como forma ingênua de narração. Esses contos atravessaram gerações e hoje para as novas gerações é usada como fonte cultural e comercial.
Uma passagem onde cresceu com os ideais de consumo, onde a adolescência era bombardeada pelas moderníssimas tecnologias, conseqüência disso, um mundo de operários em formação estava a acontecer, isso é a parte social, da passagem a parte filosófica; Acredito que o pessoal de 30 a 35 anos esteja revendo tudo de novo com essas novas gerações, e percebemos que não basta se especializar tem que procurar os estudos das sociedades, filosofia, sociologia, historia, basicamente para o crescimento de uma nação não só em quantidade, mas em qualidade.
Chegaram com ideal de conseguir uma nova morada, um novo começo de um casal onde os mais espertos pegavam a maior porção de terra, e vendiam para os que chegaram depois, quando a área estava toda ocupada. Vieram das passagens mais antigas localizadas no bairro do Guamá esse que por ter toda a sua costa banhada pelo rio Guamá, assim foi batizado.
Os casais quando vieram depois, ou compraram o terreno ou foram realmente pioneiros, alguns senhores vieram depois, muito depois da chega dos primeiros, garotos de 5 anos tem muito melhor condições de falar sobre essa historia dessa passagem do que um senhor porque veio depois porque ele praticamente esteve aqui por toda a sua vida praticamente.
Ao demarcarem suas áreas ao derrubarem as árvores os necessários, para a construção de suas casas deixaram os grandes quintais cheios de árvores ainda se via árvore nascida sem a ação do homem, até na passagem existe a presença de açaizeiros plantados na beira da passagem.
 No inicio a passagem ficava de frente para o rio Guamá, mas praticamente a costa a existência de fabricas e madeireiras nos tirou o acesso ao rio. As habitantes, assim como vendiam peixe açaí, frutas vendiam pedras do terreno, foi uma época em que uma árvore de cuia não parava e nem estragava como hoje. Usavam as cuias para tudo tomar tacacá como hoje. Em uma época onde o mundo começa a querer saber o que acontece em outros países aqui fatalmente havia um radio ou uma televisão preto e branco.
A passagem do “escorrega” como era chamado não tinha toda a extensão da atual Rui Barbosa, ela media por uns 100 metros, mas o resto da extensão da passagem já existia de piçarra ou terreno típico da floresta. As florestas os terreiros o brega os bailes da saudade os grupos se sentavam na frente de suas casas, ao som do brega e cerveja quando não a cachaça, ou nos grandes som onde de longe se escuta as musicas com letras românticas e irônicas. Que parece nos levar de volta a um certo momento da vida.
Existia uma rivalidade entre os garotos da bola “futebol” não entre adultos, eles jogavam no areal e na quadra e no antigo terreiro. Quanto ao termo das crianças e dos adultos reforçamos que eles foram perdendo o contato com a natureza, primeiro fechando o rio a sua frente, depois o grandes quintais deram lugar a casas fortificadas com grades e sem quintais, atualmente eles vivem na passagem sem campo para crianças e sem acesso ao rio. A forma como as famílias daquela fase de rejeitar a filha grávida por ser uma desonra vinda da Europa essa idéia e exclusivamente da classe burguesa que nos mediocremente copiamos.
O fato de termos aderido ao antigo costume, de ser feliz a cima de tudo e aceitar os que vão nascer, causou na Rui Barbosa um grande crescimento de casa nos quintais aqui se tem filhos que ficam nas casas construídas nos quintais dos pais que eram magníficos e cheios de árvores.
Nos vivemos um problema nessa passagem, é que muitos querem ser sim, melhores que os outros pelo menos nessa mentalidade, é certa até 1999, as bases confiáveis dão certo isso depois de uma transformação materialista, para  a libertinagem, quer dizer que eles queriam ser melhores com as roupas, com os sapatos, com os relógios, mas não se preocupavam em estudar por exemplo, digo isso a maioria se os filhos da primeira geração de moradores modernos tivessem mais oportunidade, ou se a sorte não tivesse sido escassa para eles nos teríamos uma passagem mais critica ao invés de muitos operários.
Não estou querendo dizer que lhes faltam inteligência, estou dizendo que no auge dos produtos burgueses na Cidade, e aqui, refletia ainda me lembro popularmente como eles se tratavam os chamados, “boçal”.
Isso não faz muito tempo a uma ou duas décadas, parece que continuamos com a mesma hipnose burguesa dando lugar as coisas menos importantes. Eles não perceberam que fazem parte de infraestrutura de um país e que eles têm que fazer alguma coisa em baixo para mexer lá em cima. Parece que essa passagem está começando a tomar consciência disso. Ter o maximo de produtos  do mercado virou sinônimo de felicidade.
A passagem passa por um período de modernização, diziam que eram os filhos que estavam crescendo se formando e reconstruindo as casas, mas não acredito nisso, a transformação das antigas casas de madeira para a de alvenaria ainda é de responsabilidade dos pais como diria, os filhos estão construindo família e a grande maioria permanece com os pais, fazendo casa nos quintais.
A invasão por parte da população nessa terra, é uma conseqüência do aumento da população o que é característica das cidades. Se expandindo de forma desordenada e ao serem considerados infratores por invadir terras alheias, esses homens que o governo não podem os condenar, já que o Estado não tem condições de lhe dar uma direção digna.    
Mas nem por isso as massas invasoras não podem num todo completo condenar seus governantes por que nesse mundo paralelo de infraestrutura e superestrutura, porque entre eles existem corrupção, mas não confundam uma corrupção de sobrevivência por corrupção de cobiça, a população empobrecida e sugada ao maximo pelos capitalistas nada mais fazem do que tentar sobreviver.
 As invasões que acontecem hoje em 2007, é a mesma forma em que acontecia por volta de 1970, só com uma diferença o paraense era mais enraizado com sua cultura, era tipicamente mais conhecedor da natureza, para entender isso digamos que a burguesia em épocas remotas não havia instalado o açaí industrial comercializado, nos supermercados era somente entre a população mesmo.
 Infelizmente essa é a realidade, enquanto o capitalismo inventado por pessoas satânicas tomam para si os meios de subsistência, do ribeirinho e o obriga a aderir às formas para entrar no seu sistema.
A Rui Barbosa é fruto de ribeirinho, nos somos ribeirinho, sabe por que quando os portugueses chegaram aqui, e começou a colonização desordenada a forma deles construírem suas casas, eram com a frente para a avenida, a costa ficava voltada para a floresta ou rio. Os ribeirinhos construíram as casas com a frente voltada para o rio, que é a avenida deles e a costa ficava voltada para a floresta diferente dos portugueses por isso a Rui Barbosa nasceu de frente para o rio Guamá claro que baseado no modelo português, que com o aumento da população se aglomeraram dessa forma o famoso fenômeno da explosão demográfica.
O aglomeramento, só vive com as formas de existência do capitalismo, se a cidade cresce, ela precisa das mudanças impostas e se ela necessita dessas mudanças logo o homem perde a sua identidade. O modo dos moradores da Rui Barbosa era comportado, não tinha a popular bebedeira em esquinas, nem som em alta escala no mínimo os vizinhos que tinham algo mais em casa era conservado, mais para eles e sua família. As tabernas ou mercadinhos não eram obrigados a colocar grades, e atender os clientes do lado de fora. Esse lugar pertencia à dona Umbelinda antes dela era da marinha, agora é da união.
Contaram-me que em épocas passadas a Escola Amália Paungartten, estava enchendo e eles vieram para cá para construírem a escola aqui, se os donos não tivessem os documentos, hoje nos teríamos essa Escola nessa passagem os donos que me refiro era francisquinho e Dona Antonia. Na década de 1980 a 90. Era diferente não havia tantas igreja e vendas. Atualmente com dados de Agosto de 2012, pois depois dessa data já modificou portal da Amazônia por exemplo mexeu com a estrutura, pois Concy modas e Afonso lanches saíram.
As passagens e avenida que compõe a passagem Rui Barbosa está assim: Passagens que cortam a Rui Barbosa; tem a principal Onde Ela começa com a Avenida Bernardo Sayão, Passagens, Popular, Santa Clara, Santa Fé, Joana D’ark, Serão de Castro, E termina onde começa a Passagem Paulo Cícero. E ainda possui 5 vilas sendo que uma é batizada como vila deixe-me viver. E a Estrutura da Passagem Rui Barbosa e a diversidade na ordem desde a entrada pela Avenida Bernardo Sayão. Composta com muitas casas, instituições religiosas e vendas em destaque: Afonso Lanches, Igreja do Evangelho Quadrangular (na entrada onde antigamente era um supermercado), Igreja Assembléia de Deus Monte Tabor, onde já foi assistência técnica de televisão, Concy modas, venda de refeição e açaí do Pinio, taberna da dona maroca e onde uma senhora vende tapioca, açaí do Afonso Mercadinho Soares, Escola CEMI (centro Educacional Milênio), mercado de frutas carica, venda de açaí, e vila do carica, Mercadinho (taberna) manuelzinho, vila cyber, refeição digitação, Vila Deixe-me viver, Vila da Nazaré (ex dona Antonia), oficina de bicicleta do Marco, casa do autor do livro da passagem Rui Barbosa 477, salão de beleza da Kaoma, onde Anésia vende coxinhas bolo etc. Vila da dona Antônia onde mora o Pedrinho, Casa da Prefeita do Acará, Quadra para futsal e festas (ex terreiro), Taberna, e abatimento de frango do gago, Igreja Assembléia de Deus, Vila onde morava o Luiz, mercadinho Vitória (ex taberna do ceará e Bernardo), vendedora de tacaca aos sábado e domingo da dona Maria, Jogo do bicho da dona Maria, mercadinho, antiga taberna atualmente desativada, Igreja do Evangelho Pentecostal, Vila onde mora o rup, Açaí do Pedro, metalúrgica “Marino”.Metalúrgica Rui Barbosa Escola de Educação Infantil André Luiz”Centro Espirita”. Antigamente os moradores tinham que se locomover muito para a feira do Guamá, atualmente existem mais vendas.
Hoje em 2012, tem mais opções de compra na passagem, por causa da sua boa perspectiva em manter esses estabelecimentos, mesmo assim antigamente se encontrava as antigas tabernas e a presença de alguns cearenses como donos das mesmas. Enquanto a parte que vive perigosamente me refiro-me aqueles que vivem infringindo a lei, que acreditam piamente que roubar é um trabalho. Podemos afirmar que eles cometem esses delitos a qual quer um, é muito difícil crescer na Rui Barbosa em meio a esses exemplos de infratores.
Na década de 1970-1980 os moradores afirmam que não era tanto assim, mas atualmente em 2012 está demais. Não podemos nos esquecer o pessoal mais antigo como a avó do Sergio a dona Maria de Oliveira que também foi uma das primeiras a chegar à passagem, nos anos em que se sucedeu a formação da passagem, eles venderam um terreno para a Francisca Martins, mais conhecida como titeca que ficava ao lado da casa dela.
 Fecharam o nosso rio, são os intelectuais da burguesia, apesar disso  eles agem de forma imoral, inclusive com compra de drogas nesse hotel, que um morador vendia para alguns, e essas drogas saem dessa passagem para o consumo dessas pessoas do hotel “alguns”.
 O comportamento de diversão na passagem mudou um pouco, antigamente ao jogo de bola, cemitério era freqüente e tinha uma turma fiel a essas brincadeiras, hoje não se vê muito isso. Podemos dizer que ouve três estágios, ou três fases, a primeira, seria o começo onde encontramos o típico ribeirinho, o segundo, seria a transição entre os costumes, a mudança na forma de níveis, para uma forma de comportamento   imposta pelos capitalista.
A terceira, completamente capitalista, dependente das mercadorias, e perda quase que total do contato com a natureza, culturalmente transformado pelo capitalista. Talvez por volta de 1970 já estivesse começando o domínio territorial burguês, e psico- social nas mercadorias, com a construção do Hotel e da Fabrica de Castanha e as estâncias, por isso os moradores que chegaram quando já estavam instaladas as indústrias, não pôde saber como viveriam os antigos, povoados. Os verdadeiros primeiros moradores são aqueles ribeirinhos que alegam ter tomado muito banho no rio, por isso foi uma típica comunidade ribeirinha.
O sonho de consumo, carros, computadores, as crianças ficaram presas no concreto, e temerosas com a violência, são obrigadas a se deslocar para o centro, e a pagar por alguma atividade, quando não estão presenciando seus vizinhos bebendo, ao som de um brega ou pagode... Estão enfornados nas lan-hause, ou cyber café, que é o lugar de acesso a internet que é mais um sonho de consumo, inclusive, essa parece ter se tornado a principal fonte de pesquisa dos moradores e de estudantes.
As vezes as crianças crescem com a noticia de que alguém foi preso ou de que alguém morreu, supostamente pelo trafico ou pela policia, ou que foi preso. Todas essas violência fazem parte de um cotidiano arriscado em que a qualquer momento cada um pode ser a vitima.
A destruição do modo primário cultural dessa comunidade pelo capitalismo, só vem reforçar o poder de destruição dos homens que se beneficiam com esse sistema não passa de uma minoria.
Entre o asfalto e o DVD; Os grupos da cerveja aos craques da bola; Na época do asfalto, a moçada se virava como podia, à medida que as maquinas tiravam a terra, a população carregava, para suas casas para aterrar seus quintais, os “espertos” que faziam o serviço da prefeitura queriam vender o aterro, a 30 ou 5 reais.
Os funcionários do Estado quando se deparavam com uma casa onde as senhoras se apresentavam como chefe da casa, eles queriam vender o aterro, ou cobravam para instalar o cano de esgoto das casas, quando terminavam o trabalho, a população avançava na terra da passagem entre uma escavação e outras se encontravam as crianças, brincando nos tubos de concreto.
O tubo quebra e lá se vai dois ou três dias sem água, mas basta o primeiro minuto para que venha a tona a questão do prefeito “se fosse o nosso escolhido não aconteceria isso”, cada um dos grupos falando e esbravejando, outros diziam que o problema, é que tem muito fiscal, aqueles que olham e falam, outros falam em linguagem mais popular, “tem muito morador metido aqui”.  Aqui, e assim os adultos e crianças vão levando... Mas quem gosta do cano d’água escorrendo e a garotada, que aproveita para ficar na água, pelo menos ate fecharem a tubulação.
Nos momentos de lazer, as musicas de brega que relembrem o passado, as festas populares que levam os moradores a momentos marcantes “um dia um morador falava que não gostava de ver o dia seguinte do local da festa, vazio sem anda, vazio... dizia que aquilo era ilusão, que a alegria era só naquele momento e me pedia uma explicação para isso”.
 Do igapó a casca da castanha a piçarra ao asfalto; O inicio das obras em 03/09/2007, especula-se que a antiga e falida associação, de alguns ex integrantes, ou em conversa de esquina, eles clamam atenção para o fato das passagens asfaltadas ficarem a deriva o tempo e a poeira, e sem ninguém para cuidar, segundo ele o Estado faz somente o básico, recolher o lixo, quanto a limpeza como varrer, apara as árvores “fica há quem”, por isso eles vagamente dizem que “seria” bom fazer uma coleta, para pagar, dois caboclos para fazer essa limpeza.
Qualquer que seja a decisão da comunidade que não é do “ORKUT”, ainda veremos o que vão fazer no futuro, a Rui Barbosa, sempre foi visitada por movimentos políticos, ou algum comerciante, mas quando esses movimentos cessavam por algum motivo, a violência sempre retornava com assaltos inclusive de adolescentes cometendo os delitos era só um momento.
 Em 30/08/2007, a passagem esta atingindo um estagio de urbanização que podemos dizer o mínimo tolerável para uma sociedade. Parece que os novos tempos chegaram, pelo menos em matéria de asfalto, não posso fazer um levantamento exato da formação de acadêmicos nessa passagem, mas suponho que seja pelo menos duas formações superiores por casa, levando em consideração que aqui, nos seguimos os padrões cordiais de família portuguesas, quando faziam longas linhadas, morando sobre o teto do homem central, mas uma herança dos nossos colonos e cordial segundo Sergio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil.
 Segundo alguns moradores, uma de confiança chamada Dona Amélia, supostamente o primeiro morador da passagem seria o seu José Ribeiro, que morava na beira rio. Isso foi uma passagem onde os primeiros vinham cortando com terçado, conta por volta de 1959, a passagem era chamada “escorrega” porque os aventureiros freqüentemente escorregavam, já imaginou os nossos desbravadores de “bunda no chão”.
Segundo Dona Amélia, a mãe dela foi uma das primeiras a entrar e com terçado abrir o caminho. Ela conta que aqui era uma espécie de barragem, e que tinha um tal de curtume (Curtume é o nome dado ao local onde se processa o couro cru. Tem por finalidade deixá-lo utilizável para a indústria e o atacado. Os curtimentos mais comumente utilizados são o vegetal e o mineral, sendo este último o mais utilizado também pode ser usado para bolsas e calçados). Se esse lugar existiu ou não na passagem é difícil provar, pois ninguém a não ser ela falava nesse assunto e para mim na década de 1990.
A barragem que segurava a água na enchente e depois saltava segundo ela,foram  os americanos que fizeram isso por causa do “baluismo”, segundo ela, era uma febre que dava neles, sua mãe Dona Antonia também foi uma das primeiras moradoras, quando perguntei porque um determinado senhor tem um imenso terreno, maior que muitos moradores, ela falou sobriamente que ele era mal e tirava a terra dos outros, entre um assunto e outro, caímos no meio da cabanagem, perguntei se havia a possibilidade de ter havido algum cabano aqui, segundo os mais experientes e pelo que pude entender, na época da Cabanagem a passagem Rui Barbosa não existia a não ser como labirinto aquático da Amazônia, mas quem sabe pode ter passado um em fuga ou em comemoração a momentoria vitória, por essas terras alagadas, esses revolucionários estiveram em toda a parte. Ela conta que os cabanos eram coisas ruins, que quando chegavam nas casas pegavam os homens da família, a força para lutar na guerra e inclusive “usavam” a mulher ou mulheres, e iam para a batalha, segundo ela quando eles chegavam, quem tivesse ouro eles pegavam, e se o dono reagisse eles matavam e enterravam junto com o ouro, e alega que muitas pessoas encontraram ouro enterrado.
Independente, de quem quer que tenha chegado aqui primeiro, a única certeza é: Os índios quando a terra era um só continente, mas voltando a nossa pequena passagem, no depoimento de Dona Maria Lilia, me confirmou que quando Dona Antônia desbravava essas matas, ela vinha com um cachorro, e aqui pegava paca, mucura e jabuti, me falou que de um lado da passagem pertencia toda a ela e o outro ao seu desafeto francisquinho, ambos foram vendendo as terras aos poucos para os atuais  moradores. Quando perguntei se haviam encontrado alguma onça; No relato a moradora diz que não foi encontrada nenhuma. E que quando já tinha civilização, os grandes animais foram saindo, mas ainda se encontrava muita cobra e mucura, incrivelmente até hoje presenciei pessoas capturar uma mucura e comer, diferente dos atuais que só conhecem os enlatado e outros alimentos modificados geneticamente pela industria capitalista.
As casas eram feitas de madeiras, altas até hoje existe esse modelo, tudo era alagado por isso eles faziam ponte para ter acesso à passagem, na época até o banheiro era construído longe com um caminho feito de ponte marca frequente na Rui Barbosa, antes da piçarra.
 Em uma época mais avançada da formação da antiga passagem do escorrega, para a atual passagem Rui Barbosa. Segundo Dona Amélia, as demarcações de terra eram diferentes das atuais, aonde eles chegam, de qualquer maneira e constroem um barraco, disse que os moradores chegavam, capinaram a área e como símbolo plantaram uma árvore, como demarcação, “olha que bonito essa parte da cultura do povoado”,
Eles chegavam e marcavam alguns terrenos, ela falou ainda que se  lembrasse que, uma foi plantado cuia, muito usado na época para tomar tacacá, e em outra viu plantarem caju, a casa desta moradora, nem foi ela quem pegou, foi comprado, por volta de 1973, ela disse ter comprado do cunhado de dona Nazaré a quem pode ser uma descendente dos pioneiros da passagem, é neta de dona Amélia, segundo ela, todas as casas eram de madeira, o primeiro morador a fazer casa de alvenaria, foi o pai do Wagner, onde atualmente é um prédio de três andares uma verdadeira construção moderna.
Conta que na época de sua chegada não tinha bandidagem, nos saíamos para as festas e ninguém mexia com agente, antigamente isso aqui era o igapó, mato sobre as águas, e uma época em que as casas podiam até passar a noite de janela aberta, ainda havia  algum  respeito entre as pessoas dessa comunidade.
Havia pontes para cada casa, falou que Sebastião Pereira Viana, foi o primeiro a construir, ou dá o ponta pé inicial para a construção da ponte até o início da Avenida Bernardo Sayão que é a principal, ao ver aquele homem não entenderam o que estava fazendo, só depois que alguns moradores o ajudaram acredito que a distância é de 100 metros de sua casa para a avenida principal, foi feita, porque nessa parte havia muita água, de alguns terrenos, a terra era seca, uma parte era pedrado, que um morador vendia para construção, o resto da ponte os moradores que ficavam para traz da passagem a partir da casa dele construíram até o final. Segundo Maria Tereza, quando perguntei como é que está a moralidade hoje na Rui Barbosa, num primeiro momento ela disse que comportavam assim: As crianças não passavam da porta. Uma casa geralmente com 4 a 5 crianças, aí perguntei 4 ou 5, e ela falou é o que você acha que a pobreza faz.
Depois ela falou que, nas casas com as crianças dentro teria, uma TV, rádio, e o cachorro era imprescindível, o pai trabalhava em alguma fábrica ou vivia da terra mesmo, e a mãe trabalhava para fora, lavando etc. Concluiu dizendo que hoje, alguns já tiveram aceno a universidade, e que essa geração das escolas chega por volta de 1970, concluiu dizendo que a vinda da universidade para o bairro, ajudou muito a levantar o Guamá, e quem faz parte dele, fazendo com que o pessoal viesse do centro para mais próximo da Universidade.
Quando perguntei como se formou a passagem, baseado com o que  dona Amélia disse, que isso aqui era uma passagem. Em que as casas eram uma longe da outra, caída para um lado, por causa do terreno alagado.
Sobre a religião, concluiu que era quase inexistente, não tinha o famoso “eu sou católico”, quem era, ficava só na palavra, não costumaram freqüentar a igreja, algumas iam para o Círio, mas não era como há um tempo, onde as atuais botaram os filhos para fazer catequese.
Segundo fonte fiel, sobre a iluminação os moradores já tinham a energia elétrica, que vinha por esteios colocados para divisão da passagem, quando chegou na passagem, a família de seu Miguel Auxiliar Carvalho, esse trabalhava na Celpa e teriam dito que ele se virou, falando com um e outro para instalarem os atuais postes.
Com esse fato, concluímos que até hoje se não fosse o dedo de um morador ou de outro essa passagem, estaria ainda debaixo d’água. Essa instalação foi por volta de 1988. Para reforçar a tese, ouvi uma conversa de um senhor que vivia aqui há uns 60 anos, disse que tudo isso era só água, e que ele vendia peixe na frente de sua casa, não mencionou o seu nome, outro me falou que ao retornar pra cá depois de uma viagem esse lugar ainda era bem rústico, dizia que a dona Antônia, calçava uma bota e vestia uma calça para vim abrir caminho, aqui era um simples caminho que o pessoal pegava pra ir para a “Estrada Nova”, atual Avenida Bernardo Sayão pelo menos até ser invadido.
Até hoje, antes da tentativa de um falso asfaltamento, com determinado político, com interesses particulares, em toda a sua história foi sempre assim, de quatro em quatro anos jogam alguma coisa, se elege e some, e em quatro anos de intervalo, os moradores se arranjavam como podiam.
Contam que nessas épocas de enchente, eles jogavam casca de castanha para aterrar até porque a fábrica não tinha onde jogar, quando estava seca era uma maravilha, mas quando chovia, ou umedecia pela água, o cheiro era insuportável. Também jogavam ferrugem da Copala, geralmente vinham em carroças ou antigas caçamba, outro aterro bastante usado era os caroços de açaí, que até hoje são usados para aterrar quintais.
A principal característica de seu nascimento é que ela nasceu com princípios de um ribeirinho, fica de frente para o rio Guamá, rico em contos e histórias apesar de os moradores da passagem perderam contato com ele, pós a construção da Beira Rio antigo “Novotel”, tomaram o acesso a ele. A grande geração dos anos de 1970-1977, nem ao menos pode chegar perto desse rio, ou entrar numa canoa, no máximo eles olham de longe o típico ribeirinho que se encontra do outro lado do rio Guamá.
Por ser um hotel de quatro estrelas, ele acomoda muitos turistas e gente com alguma expressão na mídia como dança música, seminarios etc. Já que o hotel foi feito na beira do rio, e frequentemente chegam turistas. Às vezes um arisca e entra na passagem, uma vez vi um por volta de umas 20:00 passar olhando e perguntando o que determinado morador vendia na frente de sua casa, outro veio pela parte da tarde, onde pediu para que os meninos formassem um time de futebol, quem ganhasse o jogo, ele bateria uma foto, dizem que um dos garotos quando fez um gol parou de jogar, alegaram que ele saberia que seu time ia perder, mas preferiu fazer um gol para ele garantir um lugar seguro na foto, foi apelidado de “covarde”, esse acontecimento foi por volta de 1990.
Curiosamente, os turistas que estão na nossa frente, se direcionam para o centro da cidade, ou vão passear de barco no rio do Hotel, até agora infelizmente, ninguém teve nenhuma idéia para atrair os turistas pra cá, não sabem como usar o que está na nossa frente, mesmo que seja algo cultural para eles se interessarem e levarem pra sua terra, mas como essa é uma sociedade capitalista, sei que teria pessoas que corromperiam esse objetivo em seu benefício.
Um ribeirinho sem rio; Afogado pelas indústrias e hotéis, o caboclo hoje, fica só no orgulho, não existe mais um contato direto do homem com a natureza, entre enlatados e coca-cola. Os remanescentes felizardos que viviam na natureza, só a lembrança lhes resta, no lugar do rio estão às destruidoras de árvores, as fornecedoras para a construção civil, não ficou nada para mostrar quem sente falta de uma coisa que nunca viu ou participou. Como fazer farinha ou colher frutas na árvore. Sentimos falta porque só é contado por nossos pais e avós, e que dá saudade, viemos para um lugar onde o mundo foi colocado na nossa frente, e não encontramos a nossa frente o que a gente realmente queria.
Dizia um típico ribeirinho, quase não teve contato com o pé de banana, e  nem sabia o que  a fruta dava uma flor, concluiu que não sabia, porque era necessário ter que cortar o tronco, depois de colher as frutas.
Outro ribeirinho ao entrar na casa viu no quintal uma árvore, que era cuieira, perguntando o que eram essas bolas tão grandes, e se era de comer, nem imaginava que dessas cuias, são tradicionais para se fazer cuia de tomar tacacá, na época de sua plantação, a moradora diz que não parava cuia nela, vinha muita gente atrás até comprava, hoje essa mesma árvore, que nasceu como símbolo de demarcação de terreno, talvez nem o próprio dono saiba para que serve a cuia, antes vendida, hoje se vê aos monte no chão sem serventia.
 Essa árvore tem muita história, foi plantada numa época em que a cuia valia ouro, ela servia pra tudo, podemos dizer então que era uma base de economia do ribeirinho. Em que lugar do Pará você já viu o filho da terra ter saltado de medo de um simples jabuti, está certo que não é um animal dos mais charmosos, mas chegar ao ponto do caboclo gritar “o que é isso”, é, significa muiot estar longe na natureza e seus elementos.
E não querer passar no corredor de onde ele está o caboclo ficou com tanto medo que quando peguei o jabuti e fiz como se fosse encontrar nele, saiu correndo, a expressão era de nojo, incrivelmente ele prova que a pobreza e o capitalismo  estão aliado, destrói o típico paraense. Antes da vitória da burguesia que tomou para si o rio, os mais antigos, afirmam que tomaram muito banho no rio, que nesse atual hotel, antes era uma piscina, outro me falou que era uma casa de veraneio, chamada “Alcasar”, mas ou menos até 1959 ainda não existia hotel. E pelo menos até 1990 o ribeirinho ou a garotada ainda armavam a sua linha de pesca para pegar o  peixe, pelo menos até ser tirado da boca da passagem pela construção desse hotel e fabrica de castanha, então alguns se dirigiam para a Universidade, ou Tucunduba.
 Conversas com seu tio Pedro, que em 1964, então com 5 anos disse que esse pedaço de passagem era para acesso a Bernardo Sayão, na época, só existia a piçarra , não havia um único ônibus que ia para a Copala, onde alguns moradores trabalhavam lá, como hoje ainda trabalham.
Disse que a passagem era conhecida como “passagem do escorrega” e que apesar de ser coberta com troncos de açaizeiro no meio, mesmo assim era liso, quem se arriscasse, poderia cair com todo o corpo na lama, que era de barro. Essa passagem é mais nova que outras do Guamá, pois alguns moradores vinham de outras passagens para pegar a Avenida Bernardo Sayão, também reforço o fato dos moradores aterrarem com seus próprios recursos a passagem.
 Confirmou minha suspeita de que de baixo desse asfalto, tem madeira, tronco das árvores, serragem, ferros picados da Copala. Quando era garoto as crianças iam brincar na rádio Guajará, e que o mato media 1 metro e que moleque não sentia as coceiras, mas era muito divertida a brincadeira. Perguntei sobre a associação dos moradores e qual o seu desfecho; Alegou que 5 moradores se reuniam para faze a ponte, ele entraria com trabalho, falou que muitas das antigas pontes eram feitas ou reformada pelos moradores.
Sobre a associação alegou que fizeram uma festa na passagem para arrecadar dinheiro, segundo alega um senhor e uma mulher desviaram o dinheiro, quando essa mulher apareceu, depois de um tempo, outros alegam que essa senhora ficou encarregada de colocar o dinheiro numa conta onde ele ficaria parado, e ela colocou na sua própria conta, e dizem que pagou uma conta só com o lucro. Outro que confirmou  não apenas uma parte de serrado amazônico, mas de floresta com árvores grandes, centenárias por onde passavam índios, cobras, sucuris, cabanos etc. Quando chegou aqui, disse no seu início haver apenas três casas, uma longe da outra e que o igapó ou parte alagada se estendia, até mais ou menos onde está localizado o primeiro poste oficial da Celpa colocado na passagem.
Com o tempo ao aterrarem a passagem se tornou longa como é hoje. Depois desse depoimento, alegou que houve corrupção entre eles assim como há na superestrutura parece que esse mal se fez presente nessa infraestrutura, curiosamente por seus lideres da associação.
Mesmo que os líderes fossem responsáveis pela iniciativa, decorrentes do descaso do governo caem em contradição com a falta de ética nessa camada. Parece que quando o dinheiro está em foco, ele se torna mais importante que a honra e a moral porque nesse sistema o dinheiro é a alma e o espírito.
Nesse argumento percebemos que o ribeirinho tinha um contato mais forte com a natureza, os filhos dos moradores ainda tiveram uma pequena floresta na passagem, por ser muito arborizada os de 2007 só se vê as casas, não mais aqueles grandes quintais aonde alguns chegavam a se divertir. Com a chegada do asfaltamento, muitas árvores foram cortadas. Eles preferiam cortar as árvores ao mantê-las em pé devido ao medo de atrapalhar no asfalto.
Quando do asfaltamento havia operários fazendo a retirada dos troncos, com um machado e a tradicional reclamação dos mais afoitos em criticar a existência de um possível tronco na passagem.
Beleza na Rui Barbosa; Quando falo em beleza, claro que me refiro às belas mulheres da passagem, só para lembrar que apenas nesse pedacinho de passagem pouco mais de 100 metros não  é impossível extrair tudo, a historiografia é infinita. Até aqui o que posso falar sobre a mulherada e sua aparência, é um a espécie de beleza indígena, aparentemente aqui prevalece à descendência indígena, no auge da sua vaidade em pleno ano de 2007.
Certo dia estava caminhando na passagem, e me recordando da época dos portugueses e sua chegada, e imaginando como era a sociedade nesse lado do planeta e como era sua aparência, já com aquela idéia na mente, o momento mais marcante, foi quando desligado do mundo nesse pensamento, acordei com uma figura maravilhosa que passou na minha frente, sem perceber que havia despertado o olhar para ela, eu vi a figura de uma índia, com traços típicos de uma paraense, entendeu? Nem eu! Não tem como entender, nem como explicar, o certo foi que naquele momento eu pensei “eles estão entre nós”, nossos antepassados, ou os donos dessa terra. As mais exóticas são morenas com a pele jambo, ou aquele açaí avermelhado, com altura de 1,50, 1,60... Cabelos lisos, passando dos ombros, por ser em épocas de cremes e shampoo, são magníficas. Não sei se freqüentam a academia, mas apresentam tipo de  pernas quadris grandes.
Como o clima de Belém não é dos mais convidativos a se vestir, a roupa normalmente é um short com uma blusa ou saia, tudo mínimo bem colado no corpo, que não ajuda em nada esconder sua beleza.
Vale lembrar que essa leitura é em pleno século XXI ano 2007, mas recentemente atrás uns 50 anos ou 30 anos o comportamento e mentalidade era outra. Elas se vestem simples assim no seu dia-a-dia, mas quando vai para algum lugar tipo shopping, cinema etc. É uma completa produção, onde hoje muitas valorizam os estudos, pelo menos onde a família dessa moça dar valor à esses valores, outras se tornam donas de casa mesmo.
 Existem as de pele mais clara, branca mais com traços e porte parecidos com as morenas, nessa passagem nem os recentes a comprarem casa chegam com porte acima, é quase sempre o mesmo padrão de beleza.
Voltando as morenas que é o traço original da nossa região, elas possuem um brilho no olhar, os olhos geralmente negros ou castanhos claro, aliado a sua morenice proporciona um charme regional, específico da Rui Barbosa, acredito que com presença de africanos, portugueses com os nativos que é resultado dessa tentativa desesperada de mostrar a beleza da passagem. Dançando existia todo um gingado, um charme especial, embaladas pela moda dos shortinhos e danças meio agachadas, e ao som do brega, também se destacam pela beleza.
Como elas se vestiam por volta de 1958; Baseado em fotos antigas, dos moradores a tradicional saia até os joelhos, ou nas canelas para as senhoras nessa época segundo Maria Lilia era a moda da época. Era quase inexistente a calça jeans, marca registrada nas moças da nova geração.
Toda essa parte do bairro do Guamá pertencia a uma senhora chamada Humbelina, dizem que foi invadido, ou que ela deixou entrar, para depois vender os direitos.
Hoje estão nas mãos de um advogado, para vender gradualmente, ele por ter já uma idade avançada, já deve ter passado para seu sucessor, para vender aos moradores que ainda não possuem a documentação. Hoje em 2000 não é mais invasão, ninguém pode tirar os moradores desse lugar, no mínimo moram a uns 30 ou 40 anos, muitos já nasceram aqui e está toda sua história, mas atualmente está acontecendo o fenômeno de que os donos antigos estão se mudando e vendendo para outros que não fizeram parte dessa formação histórica.  
Sabemos agora que a Rui Barbosa é uma infra-estrutura, e que já teve sua organização, atualmente falida, mas teve um episódio inesquecível nessa passagem, foi no movimento quando o prefeito Edmilson concorria à reeleição passada, e tendo feito uma gestão de respeito, onde todo o Brasil estava de olho na sua gestão, ele mesmo alegou ter menosprezado o adversário e foi para o segundo turno com uma vitória apertada, criticada a forma de sua vitória por Jô Soares  “Não entendo como uma gestão de respeito como a do PT em Belém, vai para o segundo turno contra um homem que tinha dois CPF e havia falsificado diploma de médico”.
Mas a vitória veio, e nunca naquela passagem havia tanta mobilização para ambos os candidatos, ele dedicou sua vitória dizendo que desde a época dos cabanos nunca havia um partido do povo chegado ao poder. Teve muita confusão na época, queriam, inclusive que certos moradores  de oposição votassem no canditado de certos  militantes que tinham acesso as elites, usaram a força para tentar prender um determinado cidadão contrário ao seu candidato, eles alegavam que por ser parentes tinha que votar no candidato deles, provando que o voto cabresto ainda persiste  até hoje. Para a sorte do rapaz, que estava quase sendo levado preso, fiscais do PT chegaram na hora e começaram a falar, e colocar os direitos de que nenhum cidadão pode ser preso um dia antes da eleição, parecia que a justiça colocou os representantes na hora e no lugar certo.
Depois ouve mais algumas confusões na véspera e no dia da eleição, um determinado morador ao chegar à passagem, viu o comportamento dos militantes do PT e resolveu colocar o som para motivar, ao fazer, não só levantou os militantes como provocou a rivalidade dos outros, talvez não fosse um ato proposital, mas causou muita intriga naquela eleição. O problema é que alguns escolhem candidato A e outros B e outros C, até porque é direito de cada um escolher o seu, isso causa um certo desequilíbrio, e é fato comprovado que por não serem unidos causou no mínimo o adiado o asfaltamento dessa passagem.
Eu presenciei que os moradores sentem a necessidade de um líder, quando um grupo chegou perto desse organizador que atende pelo nome de Batista marido da Nilma filha da dona Nazaré, que é aquele que botou o som alto em prol do PT, outros chegaram em grupos  que  eram alguns amigos e um deles um falou, você vai ser o prefeito da passagem, então quer dizer que alguns querem, mas outros fazem tudo para prejudicar.
Depois da vitória, um visitante ilustre chegou sem fazer alarde, Edmilson Rodrigues fez uma visita na passagem, mais especificamente para um grupo remanescente das comemorações, eles contaram o que tinha acontecido, tentaram forçar nós votarmos em quem não queríamos, soube depois que ele havia deixado um dinheiro para eles comemorarem a vitória, dizem que nessa noite eles enjoaram de beber, o dinheiro deu para fazer a comemoração por mais umas semanas alternando por casas dos simpatizantes do PT.
 Com o tempo teve outras eleições, mas essa ficou na memória do povo, principalmente pela forma como eles queriam obrigar o pessoal a votar no seu candidato. Curiosamente, antes de mencionar os trechos acima, não sabia que a piçarra havia sido feita pelos moradores, então prova que esse ato não é recente, mas vem sendo praticado desde o seu início, o fato deles procurarem estudar, já é um ato político e correto. Se nos começarmos a nos mobilizar por uma passagem melhor, com atrações turísticas, e mostrarmos que a comunidade é comunista, as outras passagens vão fazer igual, e tem que fazer mesmo, que é para mostrar para o Estado, como é que se organiza uma sociedade.
A organização não governamental foi responsável por algumas obras, era uma associação de moradores, que se reuniam na casa do seu Antônio “visuarte”, para tomar as decisões em benefício da sociedade. Segundo contam os moradores quando mais um candidato queria asfaltar a passagem, se recebeu de determinados opositores um não como resposta foram contra, talvez porque o fato asfalto servisse de cabo eleitoral para essas pessoas, ou servia de ameaça em escolher a seu candidato para depois fazerem o serviço. Isso é uma especulação, baseado no que algumas vozes da passagem me falaram e conclui isso, o certo é que quando a comunidade se uniu até em épocas remotas fizeram muita coisa, limpeza, ponte de concreto.
Mas quando interesses políticos esteve em jogo houve uma desarmonia, infelizmente a comunidade que tanto critica os seus governantes, parece não ter capacidade de mostrar e dar exemplo, quando o jogo político está em pauta, os interesses individuais quebram qualquer forma de união da infraestrutura, ou seja, de uma comunidade. Segundo a fonte conhecido como “viquinho”, a Associação dos Moradores era uma ONG, e era aberta para prestação de contas, afirmou que alguns começaram a criticar e suspeitar de um possível desvio de dinheiro, a fonte chegou me confirmar que a ONG chegava até a arrecadar 10 mil reais, para a manutenção da passagem. Construíram uma das mais bonitas pontes dessa parte do Guamá, a ONG fez a colocação de estacas na beirada da passagem, que foi comprado diretamente da madeireira, encabeçavam essa ONG Antônio (Visuarte), viquinho, Francisca Martins (Titeca), Domingos, Pedrinho e vavá, esses dois últimos que ajudaram muito com o ferro, eles são ferreiros, segundo viquinho  não houve corrupção, mas calúnia.
Religiosidade; Teoricamente, a Rui Barbosa como sendo parte da cidade, tem as características  de Belém, percebemos que tudo que foi cidade aqui, faz parte de Belém. Percebo também que esse povo confunde uma data religiosa com festa, é só ter um feriado, ou uma data com grandes proporções que são freqüentes ver o povo nos bares.
 Não há dúvida, a fé está presente nessa passagem, não tenho dúvidas de que os católicos são maioria, mas por volta de 1999, às igrejas evangélicas começaram a se expandir aqui, temos três somente nessa passagem, são o retrato do que acontece no Brasil,eles vão se expandindo nos bairros, nas passagens, ruas e atraindo fiéis.
 A forma como se vestem é diferente dos católicos, eles alegam que, ao ir ao culto, têm que estar bem vestido para quando Jesus chegar, os homens usam calça social, quando não paletó; as mulheres uma saia longa e blusas comportadas, e a bíblia na mão de todos é marca registrada. Um antigo supermercado deu lugar à atual Igreja Evangélica no começo da passagem.
Os católicos mantêm um centro de oração com os  seus fiéis, um grupo de senhoras que rezam o terço, para quem for a Igreja dessa passagem, sendo que o católica, tem que se deslocar para outros lugares não tem Igreja  Católica na passagem.  
Os católicos, como não sofrem a influência dos homens do colarinho branco, fazem a procissão com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, e a visitação é nas casas, quem se dispunha a visitar a santinha se prepara para receber a Senhora. E os fiéis com refeições, nessas peregrinações que começam a um ou dois meses antes do círio.
 Pela base obtida é a formação de dirigentes de peregrinação, que é uma iniciativa da Igreja Católica, eles visitam as casas e procuram sempre as que não a receberam, é assim que a Igreja Católica chega aos seus fiéis nas passagens ou ruas  mais distantes.
Na passagem Rui Barbosa não está presente apenas os católicos e evangélicos, mas os afro-descendentes também estão presentes nessa passagem. Voltando a questão dos homens do colarinho branco, certa vez eu estava na passagem e vi uma imagem que ficou na memória, o quadro é o seguinte, uma igreja onde a lábia desses homens é espetacular, a forma como eles se colocam à frente das massas é digna de um grande orador, e ao entrar na passagem, o quadro é ele de carro, geralmente ligado a política, quando não , apóia alguém, uma vez estive presente em uma, sabemos que na sociedade existe as mais variadas situações entre o indivíduo social, sofre as mais variadas mazelas de uma sociedade caótica em sua vida, desde bebida, doença, etc. Falar de religião nesse mundo não é fácil, a religião ou as crenças sempre estiveram presentes, mesmo nesse pedaço de passagem é muito complexo.
A data mais marcante onde se vê a passagem toda mobilizada, ou pela fé ou por outro motivo contrário, nas épocas do círio os moradores se comportam da seguinte forma. As donas de casa fazem o tradicional pato no tucupi ou maniçoba para o almoço na casa, tradicionalmente em casa.
Existe uma parcela que aproveita para beber cerveja ou outras bebidas; os evangélicos da passagem, ou protestantes depende de como eles se denominem, nessa época ou ficam na sua igreja orando sabe-se para a crença deles, imagino que seja para se manter longe da crença católica, e a imagem que eles têm tanto medo. Basicamente e isso que posso dizer os que vão ao círio quando voltam trazem alguma lembrança, brinquedos e durante todo o mês de Outubro só se vê as famílias indo para o arraial.
Os evangélicos, que são contrários aos Santos Católicos não participam diretamente da festa religiosa, mas não deixam de participar com uma comida típica da época, ou fazem uma visita ao famoso arraial, então quer dizer que independente  da crenças, os costumes culturais estão presentes em qualquer camada ou tipo social. O quadro nacional, que se encontra no Brasil se reflete nessa passagem também, aqui nós observamos pessoas que durante sua vida toda não fez uma obra pessoal, levam uma vida deplorável, quando chegam ao fundo do poço, acham a salvação com o dinheiro dos outros  e cabeças menos preparadas.
Como toda sociedade sempre foi controlada, mas levada a temer alguma entidade superior, que às vezes nos leva a sacrificar o bem maior que a natureza nos deu que é viver dignamente. Já vi nessa passagem, alguns colocarem que não se precisa de religião, que só a palavra do Criador é necessário, mas ele pega o dinheiro das pessoas,  e chama os moradores com carro som, antigos doutrinadores quando chegaram nas casas de católicos tradicionais, mesmo com um possível pôster da santinha ou uma imagem, eles entram mesmo assim, e começam a falar suas “idéias”.
Hoje, quando entram, se há determinada imagem na casa, eles não mais insistem, é como se no auge de sua expressão quando visam que os católicos não iriam aderir a sua ideologia, parece que estagnou na sua religião, está certo que os evangélicos estão mais perto de seus fiéis, por invadir o espaço suburbano, mas os católicos da passagem se mostraram ferrenhamente fiéis a sua fé.
Apesar das diferenças, a religiosidade na passagem não foi o fato mais marcante, quando eles precisaram se unir para uma construção, quando um membro de uma família existe sim o preconceito, eles se mantêm juntos, mas o conflito religioso existe, curiosamente o fator cultural torna isso possível.
É impressionante o conhecimento psicológico que os pastores possuem, sabendo que em qualquer momento podemos passar por situações diferenciadas, e eles jogam como sendo obra de um  diabo e impressiona as pessoas. Se eles têm conhecimento da psicologia não sei, mas não há dúvida quanto ao seu conhecimento e sua facilidade nos cultos religiosos. Existe nessa passagem uma coisa interessante, não sei do que se trata, mas a Igreja que no momento pensei ser evangélica, um dia vi uma faixa glorificante uma mulher, não era nem dos católicos, e nem eu conhecia, mas essa era dos colarinhos, costuma fazer essa variação, outro dia era um homem o homenageado.
Desculpe ter fugido da pesquisa de campo, que era somente retratar o que realmente acontece e acabei colocando uma opinião crítica, baseado na sociologia, filosofia e psicologia. Voltando aos estudos da sociedade, presenciei um fato pelo menos inédito pra mim, não sei de qual igreja ou religião, uma procissão passou jogando sal na passagem, dizem para espantar os maus fluídos ou mal espíritos. Conta uma senhora que era evangélica, ela pegava 50% do seu salário e dava para a igreja, no decorrer dos tempos ela olhava para seus filhos, que estavam passando fome pela falta do dinheiro e o pastor de carro, ela dizia então, um dia ela parou e usou o dinheiro em prol de sua família e nunca mais sacrificaria seus entes queridos por um pedido religioso.
Outro conta que certa época estava desempregado e desesperado, dizia ele que era católico, mas não ligava para os Santos , muito menos para o Círio, ele disse que um dia andava pela rua num domingo quando viu aquele amontoado de pessoas, disse ser a berlinda, ele parou e ficou olhando o movimento do povo, logo ele estava junto e fazendo o que todos faziam, no dia seguinte recebeu uma proposta de emprego, e nunca mais esqueceu aquela cena, melhorou de vida e agora todo ano vai ao círio.
Uma mulher católica, sendo criada nesse mundo, desde a infância levava uma vida conturbada, até por sua natureza ser ruim mesmo segundo conta a fonte, sempre que dava uma punhalada em alguém, levava uma de imediato, diz ela ter encontrado a paz quando virou testemunha de Jeová, onde hoje estuda a bíblia, me disse que na Igreja Católica não aprendeu nada, diz hoje ter encontrado a estabilidade e a paz de espírito que nunca achava com os católicos.
De forma procurar relatos nessa passagem, é o que não faltam, as mais variadas opiniões entram em choque e ganha terreno com as pessoas, quem sabe usar a palavra, ou quem tem mais tradições por isso há uma cruzada religiosa, e está aqui em pleno século XXI A filiação religiosa é uma realidade na Rui Barbosa assim como o espírito do capitalismo impera na vida daqueles que comandam esses mecanismo que são os aparelhos ideológicos das religiões sejam quais quer que seja.
Não retratamos o pessoal da umbanda, pois não havíamos ouvido falar de ninguém em seu estado provando de que pertencia a tal religião, ou crença, se dizer religioso é uma coisa praticá-la é outra, pois em sua maioria elas cobram um comportamento que se seguido muitos comportamentos não seria antiético, para a sociedade será que ética e religiões estão ligadas.
Na década de 1990 ouvia falar que a mãe de um garoto conhecido apenas como caveirinha era da umbanda, que fazia trabalhos tinha crenças, acendia velas e benzia nada mais ouvi falar sobre essa religião.
Essas historias foram baseadas em conversas muito interessante com os mais diversos moradores o que para eles talvez parecesse uma conversa sem sentido para mim era a construção de um trabalho muito importante para a historia não só dessa comunidade mais como o Guamá inteiro  que é alvo de pesquisadores das mais variadas universidades.
Abordamos em espaço mínimo as diversas visões que os moradores retratavam a si mesmo e as conseqüências de um país que não da ênfase a sociedade, como educação, segurança e uma cidadania real com seus direitos.
Isso reflete nessa passagem, e a tomada do alerta para eles é fundamental, para a construção de uma comunidade forte nos mecanismos da educação e consciente de seus direitos como cidadão.         






































Historias Hilária e Contos Folclóricos

Durante muito tempo por essa passagem passaram os mais variados acontecimentos polêmicos talvez imaginários, historias tristes para os protagonistas, mas que na boca do povo se transformaram em hilárias ou aumentadas.
Durante os últimos 25 anos muita coisa aconteceu, e aqui nestes textos contém algumas coisas, as histórias hilárias são baseadas em fatos reais, que rolam de narrador em narrador. Também serão escritas nas lembranças sobre o fato, por isso não podemos descartar como um conto historiógrafo real.
Já os contos folclóricos, são narrações baseada nos imaginários dos habitantes, assim como acontece em todo o Brasil, só que aqui aconteceram talvez de forma diferente. Porque eles arrumavam personagens reais.        
Embora os personagens nunca tenham descoberto que pensavam deles, e o que eles estavam criando aqui. Por ser uma passagem onde passou aqui, possivelmente cabanos, índios sem dúvida e por ser localizada de frente para o rio Guamá riquíssimo em folclore, a passagem é uma área que não falta personagens.
Não é fácil procurar, pois vale lembrar que essa passagem, onde a geração atual não liga para esses assuntos, muita coisa foi esquecida ou está guardado na memória dos mais antigos. Essas histórias, ou contos que não são resumida, fica algo parecido,  como narradores profissionais da história.
Os historiadores alegam que conseguiram formar a história que estudamos. Então comigo aqui não vai ser diferente. Tudo contido aqui vai ser no mínimo parecido com o que aconteceu nesse passado. Por serem baseados em fatos supostamente reais, alguns contos ou histórias, não deixa de ser proibido se não fosse aprovado por pessoas que tiveram seu nome citado. Por isso muitos dos textos são citados como parte desses contos, não citam nomes para preservar a identidade das pessoas. Somente o fato. Para não ter problemas com personagens reais.
Como por exemplo, no quadro “Corno por toda Eternidade”. Isso foi real. E como as pessoas ainda moram na passagem, mas também não prova que estão citandos fatos com eles. Porque é tudo baseado nos mais experientes. Alguns quadros não passam de histórias que surgiram repentinamente na sociedade, tipo de onde veio.
 Quem iniciou essa história, mas quem mexeu com os moradores, por isso não foi esquecido, e ainda hoje são lembrados nas conversas de bar e de “canto de rua” entre moradores. Verdade ou mentira, não importa. Basta começar a ler esse quadro para se divertir. E começar imaginar que a história não acontece somente entre as elites. Esses moradores fizeram história, fizeram geografia, sociologia, política, folclore.
 Apenas não se lembraram de escrever o que fizeram, mas isso não é problema e para isso que estou aqui. Para contar e desenvolver. Atualmente digo na minha curta passagem de observação, dessa passagem. Observei que criaram aqui uma espécie de superstição, ou mito, ou histórias fantasiosas. Assim como em qualquer parte do mundo e épocas do mundo e aqui não seria diferente.
Contos Notas e Figuras Folclóricas; Toda a manhã, diante de uma passagem deserta, com alguns cachorros e um vento frio, a sombra das casas que cobre o sol que está nascendo, é essa a rotina de uma passagem tipicamente ribeirinha.
Em 19.06.2012. Um homem que diz ter morado numa passagem próximo a Rui Barbosa, alega que na década de 1990, aquele antigo ônibus do francisquinho, era tido como uma espécie de relíquia da passagem, ele se referiu como “a rua”, mas o certo é passagem mesmo, alguns chamam de vias, alegou que o ônibus era referencia de endereço, o tio Pedro confirmou.
Atualmente em 2012, a oficina de Marco Aurélio é onde alguns moradores se reúnem para conversar, se encontram alguns colegas de infância até um conhecido como mata-gato já foi lá. Tem um mega drive lá, um desses vídeos games antigos da década de 1990, que faz a festa da turma e crianças, todos os clientes já pegaram pra jogar.
Sebastião Pereira Viana, então sargento da PM, faz ponte de madeira desde a sua casa até a saída na Bernardo Sayão, possivelmente na década de 1970, outros moradores fizeram o resto de suas casas para completar a ponte, totalizando uma ponte por quase toda a passagem Rui Barbosa. Ele foi um dos que vieram depois e comprou terrenos, essa passagem era toda cheia de mato.
 Silvia Helena Carvalho Viana; É uma moradora que esta por traz de muitos eventos, como quadrilha, carimbo, a até paquitas, foi miss. É professora de educação física onde faz dança e bale com estudantes. O conhecido didi, disse que elas estão sempre fazendo essas danças.
Quem não se lembra de Desiderio Pantoja de Carvalho mais conhecido como didi, que é  outra figura folclórica da passagem Rui Barbosa, em vídeos de aniversários ele aparece em todas, dando a sua contribuição na alegria e festas dos moradores. Ele jogava na zaga no sarrafão, no time dos lambe sal.
 Existe um individuo conhecido como mata-gato, que o Marco Aurélio disse quando ele estava incorporado ele comia sapo. Eu mesmo presenciei ele matar um gato, um jogava o animal para cima e ele rebatia com um pedaço de pau. Por isso ficou “mata- gato”  
 Outra figura conhecida e muito falada é um individuo conhecido como chácara, Maria Lilia disse que quando ela chegou aqui, já falavam nele, e o Sergio disse que ele era temido por outras pessoas das outras passagens como uma espécie de rivalidade.
Dona Antonia avó do gileno, conhecida como senhora do PT, trabalhou na prefeitura, é figura inconfundível em épocas de eleição com chapéu e camisa vermelha e por sua opção política pelo PT. Uma vez em suas defesas ao partido ela disse que o Edmilson deixou a cidade toda pronta.
O francisquinho era um homem, que não agradava muitas pessoas na passagem, que tinha atestado de louco ninguém podia passar na frente de seu terreno. Uma vez uma criança passou e arrancou uma folha por isso ele bateu nele. Ai acontecia àquela confusão as pessoas iam à delegacia, mas ele sempre saia bem, pois tinha o atestado dizem que ai que ele fazia mesmo. Quando porcos ou outros animais passavam ele matava e dava para os filhos comer alegam que eles andavam nus no terreno, depois ele perdeu uma perna, e morreu.
Dona Amélia, era uma das filhas de pioneiros, tinha muita historia pra contar, e sua mãe dona Antonia ambas morreram com um arsenal riquíssimo de historias, que não foram possíveis falar diretamente com elas a não ser por intermédio de terceiros.
 Barba dura, o apelida já explica como deve ser a aparência desses que foi um dos pioneiros a morar nessa passagem andava por esse lugar até falecer no ano de  2010. Também não cheguei a conversar com ele, mas sua identidade com a passagem foi preservada.
Brincadeira de meninos; O lua confirmou que as brincadeiras de antigamente das crianças, era só de perversidade como, por exemplo, um cartucho de desodorante, e um balão para dar balada nas pessoas, e entre eles mesmos, cano com canudo com espinho. O campo propiciava essas brincadeiras, pois havia muitos quintais grandes na década de 1990. Hoje 2012 não têm mais, só o asfalto onde alguns meninos atualmente brincam de bola.
Quadrilha Explosão Rui Barbosa; Na década de 1990 existiu uma quadrilha em que participava a Silvia, mita, Silvio, José, mas um pessoal da São domingos e outros da passagem eles ensaiavam na passagem, ou no quintal de um conhecido, e saíam para competir com outras quadrilhas em concursos. Era encabeçada pelo Celso.
Na década de 1990 existiu um grupo de paquitas aquelas assistente de palco da Xuxa, com Silvia, Tânia, Patrícia, leni, Jose, Renata, Viviane e outras, que não recordo o nome, elas saiam para competir com outras que também imitavam seus ídolos do momento, era ridículo, mas divertia os moradores.
Em 2002 teve uma febre que consistia em desenhar, por crianças, e depois em jogar RPG quem narrava era o rup e os jogadores eram Marco, Júnior, Beto Douglas. John Fabio, Williams e outros. Essa febre não passou do ano de 2002, mas eles jogaram muito.
Uma vez eu estava andando pela Rui Barbosa, isso já nos anos 2000, quando me deparei com um bando de rapazes morrendo de rir, fiquei a observar e eles falavam gesticulavam, não sabia quem era o alvo das gargalhadas. Eles já eram de uma geração que cresceram na época dos grandes espaços de quintais, na década de 1990. Por tanto não eram mais tão novos assim.
Mas voltando ao assunto, quando esfriou a conversa, me aproximei de um deles e perguntei do que vocês estão rindo. Ele disse do fulano te tal; Há sim! Ele falou alguma coisa engraçada e vocês riram. Não, nos estávamos nos lembrando de quando éramos criança, que nos íamos pra maré um dia ele foi com a gente e foi querer dar uma de engraçadinho, e foi o primeiro a pular na água ai a dona do quintal pegou ele na água, e começou a dar com a vassoura na cabeça dele, que mergulhava quando voltava levava uma na cabeça, e toda a turma estava rindo do outro lado, eles estavam recordando coisas ocorridas na década de 1990.
Recordo pouco das muitas coisas que aconteceram nessa passagem, mas tinha uma turma na década de 1990 que fazia da passagem um campo de futebol. Algumas  das partes escritas recorrem a minha infância, nos jogávamos bola na passagem esburacada mesmo; Lembro-me do ronrom, cocota, Bill, Júnior (da titeca), Denis e seu irmão Dalmo, dedeco (coroga) e seu irmão cra, Marcio, Marcelo, dadinho manduca e seu irmão João, lua, Nelson, Wagner, Fernando. E mais o, Jonhata, Fabio, Davi, Caio, Marcos do carica, Júnior e seu irmão Marco, Hugo e seu irmão Ruth, Marcos do carica, Gileno, Ita, Val, Luciano, Wilber, Lucio, cidinho e seu irmão vadinho, gugu, denis, zibigue, Fabio, Rodrigo, Gleidson, dede, Péricles, Maicon e suas irmãs Joyce e Monique, do visuarte, e também tinha a Daniele, Alessandra, Leni, civica, Marcia, Mariza, Neide, Kate, Renata, Jose, Gisele, que brincava com a turma e tinha uma menina que jogava bola. Já a turma mais adulta era o Magno, gago, Cesar, Sergio, Claudio, Marcelo, Alexandre, Julho, ducinho, pere, mica, lobão, dinho, periquito, nenê, o caveirinha esse que pescava no rio Guamá para sua avo.
Também tinha outros moradores como o Sergio, marquinho, chana, José, Kaoma, Conceição, Elaine. Naquela época não tinha Playstation, 1, 2, 3, nem computador ou celular o que ainda podia ter era um radio e televisão, só depois vieram o Atari, Mega Drive e super Nintendo que jogava por hora, os fliperamas ainda era aqueles de nave antiga depois chegou o street fighter, lembrando que esses videogames antigos não tinham a capacidade dos videogames de hoje em 2012.
 Uma vez jogando bola, esse Wilber achou muita graça de um moleque que se bateu sozinho, achei interessante como ele tinha facilidade em rir das coisas desajeitadas das pessoas. Existia mais coisas, só que não me lembro, era uma turma da brincadeira.
A turma “galera na linguagem popular”, quando eles chamavam vamos galera, eles, curtia Spectreman, depois He-Man, Jaspion Changeman, a flor das sete cores, pica pau Ton e Jerri, Pernalonga etc. Recentemente me recordei das meninas neguinha irmã do Val e Rosana que brincavam com a gente, atualmente a Rosana anda pela Rui Barbosa, mas não fala comigo a neguinha foi embora da vila da dona Antonia e nunca mais ouvi falar. Esse pessoal da ex vila, da dona Antonia tinha um jeito diferente de ser e falar, digamos que eles tinham um linguajar bem paraense mesmo, me lembro do Wilber com seu jeito ele ria muito e falava diferente. Tinha umas brincadeiras que a gente subiu na laje, costumávamos chamar uns paras os outros de psicopata, retardoido, contaminado ou “cagaminado”.
Isso era na época que passava aquele filme Enigma do outro Mundo nos anos de 1990. Era uma sangueira só. Brincadeiras na construção, na laje no terreiro, mergulhavam no poço ia para a maré, o terreiro era uma opção de lazer para as crianças tinha aquelas árvores grandes de ameixeira ingá coco ingá cipó. Também tinha a turma que curtia pipa papagaio, rabiola etc.
 Algumas brincadeiras de antigamente das crianças, era só de perversidade como afirma o lua, como por exemplo, um cartucho de desodorante, e um balão para dar balada nas pessoas, e entre eles mesmos, por exemplo, cano com canudo com espinho. O campo propiciava essas brincadeiras, pois havia muitos quintais grandes na década de 1990.       
Uma vez eles estavam em uma brincadeira chamada de cemitério no terreiro, o que se chama de “queimada”. Era homem contra mulher, elas levaram a melhor e ganhava tranqüilo dos marmanjos. Vinha o pessoal da São domingos brincar e de outras passagens, até hoje é assim atualmente e uma quadra de futsal, que é alugada para jogar. Teve uma turma que chegou depois, eram quatro filhos de cearense, uma vez nos estávamos brincando um deles deu uma balada no outro irmão chega ele se arriou chorando quando eles me falaram fiquei perplexo quando aquele que sofreu o impacto ainda disse é assim mesmo o jogo. Antigamente tinha o terreiro que tocava aquelas musica brega, e as pessoas iam pra lá dançar se divertir, e dançar na verdade tocava de tudo lá.
A turma brincava de uma espécie de pira quadrado que consistia em desenhar um quadrado no chão e quem estivesse dentro não poderia ser pego, surgiu a partir da pira ajuda porque quem era pego também tinha que ajudar, quem inventou, foi um conhecido como Júnior.
Primeiro Nome Escorrega; Essa passagem por volta de 1959 era chamada de escorrega hoje ela abriga igrejas evangélicas grupos religiosos, católicos e duas escolas de ensino infantil. Escorrega porque ali havia um Igapó que dizem que se estendia de onde é hoje, a Escola Frei Daniel, mas a parte critica era na hoje Rui Barbosa, então as pessoas caiam ali e por isso ficou escorrega.
Quando alguém queria alguma informação as pessoas “ou fulano” na expressão do narrador, falavam é lá no escorrega, afirmando o tio Pedro em seus contos. Mas isso referente ao nome é muito complexo, saber a data e quem colocou, o que sei é que ali, tinha uma jovem estudante que falava muito no Ruy Barbosa, águia de haia ela completava, por isso ficou Rui Barbosa, ela falava e se expressava bem no português, esse relato me foi contado segundo Maria Tereza. Também ficou em homenagem a moça que falava nesse grande brasileiro. Atualmente a passagem está asfaltada Mas ainda acho que se a população não cuidar da manutenção como limpeza etc. vai ficar difícil.
Uma Árvore como Símbolo; Antigamente quando dos segundos tipos de moradores chegaram, porque antes deles já tínhamos pioneiros, esses compravam os terrenos e plantavam uma arvore, para marcar a sua presença então quando outros chegavam e olhavam percebiam que ali havia gente, então não podiam comprar. Essa parte da cultura é bonita porque mostra todo um respeito que não se vê hoje. Geralmente eram um casal novo querendo constituir família, muitas das árvores plantadas eram cuieira, cajueiro etc. Aliais essa cuieira em épocas antigas eram muito valorizadas por causa da sua utilidade. A dona Elza plantou uma que resiste ao tempo e permanece até hoje no quintal de dona Maria Lilia da 477 um símbolo de resistência e beleza no espaço e no tempo.
Cartazes Musicas Luzes Círio Brega e Cerveja; Na época do Círio, é uma festa muito bonita. Logo que nasce o dia, dá para ver a mobilização na passagem. Quando chegamos após a procissão, eles estão na frente das casas, ao som de um bom brega. Para quem curte mais a parte espiritual, eles curtem as músicas de Círio. Os cartazes dão um show a parte na porta das casas, quando os católicos saem da para ver a emoção e a fé que os move.
Quando estava em ônibus, pude presenciar uma senhora que ia cantando no veículo. Ao fim do dia, percebemos a prevalência da musica brega como música favorita dos moradores. No caminho para assistir ou acompanhar o Círio, assim que a berlinda sai da Igreja da Sé, se ficamos para trás e olharmos as pessoas andando em direção a ela, a emoção é como se aquelas pessoas estivessem se encaminhando rumo para o céu, ao encontro de Deus. Durante  todo o ano, temos o terço alguns. Participam na Basílica Santuário outros devotos em grupos de oração. Esses fiéis também encontrados nas passagens e ruas. O que importa mesmo é a fé que se exala por toda essa passagem simples.
Durante a noite, dá para ouvir as músicas que os moradores escutam como o brega, a saudade, que tocam distante e de alguma forma nos liga entre aqueles que estão ouvindo, e curtindo as musicas com uma cerveja do lado.
 Diversas Culturas; Nessa passagem mora a prefeita do Acará, tem duas escolas sendo que uma é a André Luis de ensino infantil de entidade Espírita, a outra é a CEMI também de ensino infantil. Cyber, tabernas, supermercado, grupos de bola de cerveja, oficina de bicicleta grupo Sagrada Família. E como não podia faltar um historiador para contar a história da Passagem Rui Barbosa e sua Historiografia. Igrejas evangélicas, cultos religiosos, festas, sons círio, cada um na sua e respeitando os outros. Sempre em épocas de Copa todos se mobilizam para enfeitas as passagens aqueles que estão colocando as fitas geralmente ficam com alguma bebida e fazendo o serviço.
Não Riam do que o Caboclo Fala; Coisas misteriosas, cabeça iluminada. São apenas alguns dos contos que correm nessa passagem, tudo não passa de narrações em cima de algum ocorrido, no entanto com uma pitada de verdade pois os caboclos que alegaram isso juraram que eram verdades.
Não podemos dispensar uma historia sombria e rodeada de mistérios, nessa comunidade o que se segue agora são ocorrido no mínimo interessante, entre o místico e o folclore; Essa historia da cabeça iluminada foi o seguinte: Um dia o Marco viu na construção do visuarte “seu Antonio” onde atualmente mora um bombeiro casado com a Karina, essa que é outra colega de infância da turma, ele viu uma espécie de cabeça que saia do chão ela emitia um brilho, que ele dizia ser iluminado, ele foi chamar a turma para ver,alega que foi o Júnior e o Marcos do carica quando chegaram lá alegam que realmente, uma espécie de cabeça que saia do chão, Essa cabeça não chegava ser do tamanho de uma pessoa, era um pouco menor o individuo conhecido como Júnior jogou uma pedra, e ela partiu um pedaço no rosto no dia seguinte ele marco foi lá olhar o local e viu umas as cinzas no chão.
Atualmente ele diz que na visão dele ela era uma cabeça grande. Depois ele contou essa história para o Marcio e mais alguns amigos, no outro dia devido ele ter ficado tão impressionado com a história, ele sonhou com uma cabeça iluminada, e falou para o Magno esse que espalhou para a turma que ele tinha sonhado com uma cabeça iluminada e todo mundo ficou dizendo “égua cabeça iluminada”. É essa uma das versões dessa historia que me contaram.
A Nazaré uma vez me chamou e disse olha o Magno inventou essa historia, mas não foi esse contexto que desencadeou isso, o original foi a visão de Marco, ou não podemos afirmar quem esta dizendo a verdade nesse mundo mitológico e cheio de historias que o povo conta .
Outra versão da Cabeça Iluminada; Dizem os moradores que certo grupo de garotos andavam numa construção dessas grandes da década de 1980 e 1990, de uma das atuais casas da passagem. E viram uma cabeça de caveira iluminada, e que esses garotos voltaram para chamar um mais cético, ou de mais idade ou até mais corajoso, ao retornarem ao lugar esse convocado jogou uma pedra que teria rachado parte do crânio.
Não esperando por mais nada, saíram em disparada, à história se espalhou pela passagem. Dizem que um garoto, muito impressionado com essa história que corria de boca em boca, principalmente entre as crianças. Esse garoto havia sonhado com uma cabeça iluminada, e todo mundo ficou sabendo. Passando a chamarem ou gozarem o menino de “Cabeça Iluminada”. Esses personagens são vivos, mas não cabe a mim citar nomes para não ter problemas.
O certo é que a história, não aconteceu com adultos e sim com um grupo de meninos, sabemos que criança não mente e agora como fica a nossa situação diante de crianças que não tem a malicia de inventar historias.
 Sombra; outro fato mediúnico e misterioso, foi quando um garoto conhecido com Júnior ia entrado em sua casa pela construção do visuarte, ele viu uma sombra que fazia um barulho estranho, mais não ligou e entrou assim mesmo em sua casa, um minuto depois o Marco viu uma sombra, e chamou ele e sua prima lucinha para ver, o Marco hoje em 2012 alega que o Júnior foi quem jogou uma pedra que partiu a sombra, mas para júnior a pedrada foi na cabeça iluminada, que é outra historia que o povo conta, percebemos ai que há um conflito entre as fontes, e que as historias se confundem.
 Conto de um adulto; 28.06.2012; O Péricles contou que quando eles eram crianças, estavam brincando de “pira garrafa” a Alessa era a mãe, (mãe, é a que fica encarregada de achar os outros participantes da brincadeira). Eles foram se esconder, isso no terreiro, estava ele dalmo, manduca, lua e talvez mais alguns, quando eles olharam para o muro da radio viram uma espécie de sombra, em forma de homem, ele afirmou que tinha os olhos vermelhos e com aparência de uma capa, depois sumiu o manduca disse corre e todos correram para fora do terreiro.
Cobra Grande; Dizem os moradores da passagem Rui Barbosa que no rio perto da antiga Copala, existe mergulhado nas águas barrentas do rio Guamá uma cobra grande alguns alegam que chegaram a ver a cabeça dela no rio Guamá.
 Mulher de Branco; O lua e o Péricles confirmaram que antigamente, corria por essa passagem boatos de que tinha uma espécie de lenda, que alguns afirmavam que tinha uma mulher de branco naquela antiga casa do francisquinho, feita de barro e madeira, e que o lua viu, e esse Péricles também. O lua disse que pulou a janela com tudo e saiu todo quebrado, e disse para sua mãe que tinha visto uma mulher de branco.
Os moradores também diziam que antigamente um antigo casal que morava em determinada casa virava porco, nas palavras de telma, kiki, Regina etc. e uma infinidade de moradores dizem terem visto algo suspeito sobre esse assunto.
Alma Penada; Uma vez um grupo estava bebendo até altas horas da madrugada, quando de repente eles viram uma mulher todos correram em direção a essa pessoa, Maria Tereza disse que quando eles estão bêbados eles fazem isso mesmo, quando chegaram lá não havia ninguém, no local que era impossível de alguém sair, pois não havia para onde ir, nem se esconder.
Rezam os moradores que aquela visão, era o espírito de uma criança que foi abortada naquele lugar que era uma vila, naquele momento não havia entrada para a vila. Essa visão da moça, dizem outros moradores, que se encontrava na farra um agrupo de amigos nenhum deles sóbrio, por causa da bebida, claro era altas horas da madrugada nessa época para as crianças não podia estar fora de casa, ainda se selava pelas crianças, passou das 22:00 já representava ser proibido para crianças, acredito que o ocorrido aconteceu por volta das 3:00, mas lembrando que a 10 ou 15 anos atrás essa passagem era menos iluminada.
O grupo, dizem “estavam a fim de fazer onda” eles bebiam na entrada da passagem que bate com o Bernardo Sayão, quando do outro lado pra dentro da passagem, avistaram alguém parado no meio da passagem não sabem se era homem ou mulher, todos alcoolizados correram em direção à criatura gritando “pega - pega”, a distancia entre eles era de uns 60 metros, quando estavam chegando perto por volta de uns 50 metros, o ser entrou numa vila localizada na passagem ao chegarem ao local quando entraram no inicio entre a passagem e a vila, encontraram dois ou três homens conhecidos, e perguntaram cadê para onde foi ! A pessoa que estava aqui no meio da passagem.
Eles disseram que ninguém entrou aqui, eles estavam jogando dama ou domino, mas alegaram que nada tinha entrado nessa vila desde esse dia ninguém mais esqueceu esse episodio. Moral da historia havia um grupo que estava embriagado é verdade mais dois ou três estavam sóbrios.
A imagem vista era esbranquiçada não compatível com nenhum dos sóbrios que estavam jogando naquele momento. Mas tarde haviam descoberto que ouve um caso de morte na vila não é possível saber os detalhes que envolvem o assassinato, mas era envolvendo uma mulher ou uma criança não tenho certeza parece que foi um aborto que ela cometeu.
Criatura Misteriosa; O descaso que a prefeitura tem até hoje não só com os moradores da Rui Barbosa, mas com o Guamá inteiro, até hoje nos não temos um centro de lazer feito pelo governo. Antigamente na década de 1990, as crianças que brincavam no antigo terreiro, entre as árvores falavam muito na matintaperera, e que eles diziam que tinha que avistar um buraco em que ela ia sair para amedrontas as pessoas. Diziam que eram historias ditas por seus pais, e que eles acreditavam seriamente. Por um isso um antigo terreiro onde estava concentrada toda a diversão, que aquela passagem poderia ter, entre festas e jogos claro que às vezes não era permitido o acesso. Mas um fato muito estranho e mal explicado até hoje. Antes de esse terreiro virar centro de jogos ele era voltado para as festas com os antigos “sons” hoje se chama aparelhagens, e dava algum lucro para os organizadores.
 Conta-se na passagem que existia alguma inveja de alguns desafetos de alguém do grupo, e por isso supostamente alvo de magia negra ou a chamada macumba. Ninguém prova isso, até hoje, mas um dia antes da preparação de mais uma glamorosa festa, foi encontrada uma criatura horrível, mais ou menos com 30 cm por 10, com calda, e varias patas, é tudo que posso dizer, os mais antigos dizem ter uma aparência com caranguejo, mas com um suposto rosto aparentando raiva, segundo um narrador, na época, havia me falado “acharam um bicho estranho no terreiro é muito feio”.
Outro alegou que nesse planeta por mais terrível que fosse a sua aparência que a natureza havia lhe dado, nada poderia se comparar a isso. Na noite seguinte para a festa, onde era esperada casa cheia, só alguns foram, “gatos pingados na linguagem popular”. Quer dizer que foi um projeto falido a criatura, ou seja, o que for, foi queimado o famoso terreiro das festas nunca mais foi o mesmo, faliu depois do ocorrido depois teve algumas festinhas, mas não como antigamente, nessas festas eles não abrigavam apenas moradores da nossa passagem, mas do Guamá inteiro. Acredita-se que tenha sido alvo de magia negra por inveja do terreiro.
A historia da criatura não teve uma expansão de imediato, naquela tarde, foram poucas pessoas que ficaram sabendo é porque no dia seguinte ninguém foi a festa pessoas distantes nem ao menos ouviu falar nessa criatura alegam, como se alguma coisa tirou sua vontade de ir a festa naquela noite o que seria magia, forças macabras, ninguém sabe hoje. Atualmente o terreiro descansa sobre as construções de casas e uma quadra no fundo.
O ocorrido foi na década de 1990, por minhas lembranças, e conversas com pessoas e uma fonte Tânia Mara Carvalho Viana, na época alegou ser uma criatura horrível, “ela pode não se lembrar do comentário”.
Na década de 1990, corria um boato sobre uma assombração, que numa casa de altos e baixos, onde hoje é uma assistência técnica de televisão, que no andar de cima a cadeira de balanço balançava sozinha para quem via, era um lugar onde uma senhora morreu.
Corno por toda eternidade; Talvez esse tema seja o mais hilário de todo, mas sabemos que em épocas remotas, a traição de mulheres era questão de vergonha até se matava por isso para lavar a honra mesmo nessa sociedade moderna ainda acontece isso. Mas parece que o humor e as brincadeiras tomaram conta desse assunto retratada inclusive nas musicas.
 E nessa maravilhosa passagem esses desonrados e divertidos traídos, estão presente aos montes, os mais famosos que espalharam as notícias que até hoje ainda gozam sobre o ocorrido das caras dos infelizes. Entre eles existiu um que segundo os gozadores esse vivia com uma mulher, e tinham um filho, ele já havia deixado ela a uns cinco anos ninguém sabia porque, ele dizia que preferia ficar sozinho, andava nos bares da vida, e entre rodadas de jogos como a popular porrinha e dominó. Por uns 4 ou 5 anos foi assim até que um dia, ninguém sabe como descobriram que o motivo de fulano ter retornado para a Rui Barbosa sozinho, foi ter sido traído por sua amada. As gozações e tiradas de piadas com esse homem parecia que nunca ia terminar por meses foi assim até que amenizou, mas ainda hoje se vê os efeitos dessa desonra.
 Quando queriam provocá-lo diziam assim “Um perguntava para o outro e ele quando ele estava perto Porque o fulano veio separado de mulher para a Rui Barbosa. Ai o outro respondia foi porque ele pegou o negão com a mulher dele” E por ai vai até hoje.
Outro caso muito famoso também que foi vexatório; Segundo contam a família inteira ficou envergonhada com o escândalo, depois de terem flagrado a distinta senhora em estado vexatório para os maridos ciumentos. Esse mesmo homem só deixou a mulher por pressão familiar, e só não voltou com ela algum tempo depois porque a família foi ferrenha em não aceitar.
Mas isso não é o pior, contam que esse mesmo corno era brabo, vale ressaltar que eles eram irmãos é tudo que posso dizer sobre suas identidades, dizem que possuía arma ao contrario do seu irmão franzino e cachaceiro. Ele era grande e não andava bebendo. Mas o que mais consagrou um dos maiores cornos da historia da Rui Barbosa, foi quando ele se amigou com uma evangélica “popular crente”. Minhas fontes dizem que ele se vangloriava e dizia “Não agora, é pra valer essa ai é crente não tem pra ninguém”. Alguns meses depois os populares em rodadas só comentavam, diziam que ele pensava que por ser crente não trai “popularmente não mete chifre”. Diziam que um dia ele chegou a casa e viu “Um rapaz com a crente” essas são as palavras popularmente ditas pelos moradores, diziam que ele era o corno bi do Paissandu, isso na década de 1990.
Homem que vira porco; Talvez essa seja a mais famosa e que seja narrada em todo o Brasil, e nessa passagem o mesmo “fenômeno” foi contado e dizem que presenciado a transformação, a pessoa  nunca mais se esquece.
 Os meus narradores mitológicos dizem que até foi presenciado a transformação de um velho, “sempre um velho”. Se transformar em porco. Dizem que esse homem foi um dos primeiros a chegarem e demarcar terreno, realmente. Presenciei esse homem ainda em vida. Raramente me recordo dele. Contam que para realizar a sua transformação, era  sempre na lua cheia, se enfiam no meio do mato, no seu grande terreno em noites frias. Essa não posso dar meu testemunho, pois nesse caso só ouvi falar e já pela segunda geração de moradores.
O Chupa – Chupa. Assustou os moradores; Enquanto aconteciam os fenômenos do chupa-chupa na cidade de Colares, fato que assombrou o Brasil inclusive no exterior. Claro que não aconteceu nenhum caso em Belém. Mas, os relatos dos mais antigos é de que o fato de uma cidade próxima de Belém, viver momentos de terror, em que foi mobilizado até o exercito nacional, com a sua  operação “prato” em ação. Os moradores da Rui Barbosa ficaram com medo do fenômeno.
Conta a moradora Maria Tereza, que certa vez ela se preparava para dormir, quando levantava para beber água, ao abrir a porta da casa de madeira, deu de cara com uma luz forte. Com o susto, o grito ficou engasgado, e totalmente congelado por alguns segundos à medida que os segundos iam passando ela foi recobrando a consciência e percebeu que era a luz de um poste. Mas estava provado que os acontecimentos no Brasil e no mundo refletiam aqui, e os moradores estavam em sintonia com os acontecimentos.
Caboclo baixou em homem; Em 2000 para 2002, tinha uma turma que se divertia muito, bebia e jogava bola, era os chamado time dos lambe sal. Numa noite de domingo, um conhecido como Marquinho, bebeu até por volta das 20:00 quando ele começou a se sentir mal ele estava com uma camisa vermelha e preta do flamengo, diziam que era uma cor muito forte que envolvia forças espirituais.
Quando esfriou a brincadeira, ele entrou na casa já se sentindo mal e de repente ele começou a se arrastar no chão igual uma cobra quebrou tudo dentro da casa, foi um pânico chamaram um rapaz que diziam tirar e demônio do corpo das pessoas ele veio, pois nada dava certo, ele conversava com as pessoas mas era meio violento.
Depois de um certo conflito em que o rapaz dizia olha no meu olho e passava um “óleo do atormentado”, depois se debateu e voltou ao normal depois do ocorrido metade das pessoas que estavam lá ficaram com dor de cabeça. Concluímos que teoricamente, isso é uma pequena parcela do que pode ter acontecido nos últimos anos, até hoje desde a sua formação.
Inesquecível caboquinhas saem no braço; Contam que duas moças deflagraram um dos mais hilariantes episódios da passagem, quando saíram para a agressão física. Ninguém fazia nada a não ser olhar, a galera ria vaiava em fim tudo o que uma periferia faz quando vê um episodio assim, teve até roupa rasgada e seio de fora. Antes de contarmos um detalhe, a garotada e qualquer um que estivesse no local, caiam de gargalhadas, e aos berros vaiavam e gritavam.
O motivo do embate, é que uma acusava a outra de ter saído com o seu namorado, daí começou o quebra-quebra. O mais emocionante me contaram, foi quando uma das moças arrancou a parte de cima da roupa da outra, levando os entusiasmados observadores ao delírio. Assim mesmo as mulheres continuaram no embate,  e a roupa tirada tentava fazer a mesma com a rival, sem sucesso procurei muito saber quem ganhou o embate. Mas minhas fontes não ligaram para isso, o desfecho do episódio foi à blusinha arrancada da moça e alvo de muitos comentários na época.
O gaiato; Por volta de 2004, estava na frente de minha casa quando escutei uma rodada de amigos já todos adultos. Eles riam, riam, lamentavelmente fiquei observando aquilo. Na verdade olhava para o grupo e todos estavam morrendo de rir.
Quando o grupo se dispersou, cheguei com dois conhecidos e perguntei qual o motivo da risada. Mas o motivo que mais me deixou triste entre a trapalhada e a sociedade. Eles falaram que se lembraram do tempo que eram crianças, quando aqueles monte de meninos se uniam, para ir tomar banho na maré.
Contam que ao chegarem em determinada parte do rio, diziam que tinha dono e que era arriscado mergulhar no rio. Por causa da mulher com o cabo de vassoura. Ao chegarem lá, todos estavam receosos e evitavam um que vinha um pouco atrasado, dizendo eles “foi querer dar uma de gaiato”. E foi logo mergulhando no rio. Nesse momento, quando dois ou três iam se preparando, a mulher chega com um cabo de vassoura, os que estavam na ribanceira entre a casa da mulher e o rio correram para o outro lado.
 Enquanto a turma ria do “gaiato” que ao ver a mulher ele mergulhava e quando voltava à tona, levava cabadas de vassoura na cabeça. Os senhores hoje, dizem que até hoje ele sente as cabadas de vassoura na cabeça. Eles falaram que ele fala que não se “lembra” desse episódio. Mas os outros falam que as vassouradas não foram em mim, e eu me lembro. Todo mundo rindo. Até aqui uma história hilária, mas pergunto o rio não é dos paraenses, porque privar ele desse beneficio de lazer?
Garotos Inventam a Pira Quadrado; Cansados de serem expulsos do único centro de diversão para as crianças, “o terreiro”. Quando chegava a noite nessa época a 10 ou 15 anos atrás a passagem ainda era repleta de árvores e quintais, diferente de hoje que só existem as quadras ou o que restou do antigo terreno de festas. O certo é que eles enjoaram de jogar bola e outras brincadeiras tradicionais, como piara ajuda, pira esconde, garrafão, bandeirinha, bola até de noite, curiosamente o quadro social com relação as crianças mudou muito.
 Antigamente as crianças brincavam realmente, diria que havia um certo espaço. O seleto grupo rom rom, Luis, Júnior, Marco Fábio, Júnior, Rodrigo, Márcio e outros, que não foi possível identificar. Essa era uma camada mais alegre da geração. O individuo conhecido como Júnior com alguns resolveram inventar outra brincadeira, desenharam um quadrado, no chão onde todos se colocariam dentro, e um seria o escolhido para pegar quem sair da segurança, quem fosse capturado ajudariam os outros até todos serem pegos.
Pode parecer uma narrativa sem muita importância dizer que alguns garotos inventaram uma brincadeira, mas se formos analisar eles fizeram uma ação social, e depois de anos, quando essa geração cresceu a invenção se espalhou, e foi visto um grupo na passagem São Domingos se divertindo com a mesma brincadeira. O fato dos garotos serem expulsos dos quintais não chega a ser totalmente uma falta de espaço, porque ainda havia locais de lazer. Mas, não deixa de ser hilariante o mesmo terem medo do velho de uma perna só.
Dizem que uma vez ele jogou um terçado num garoto, ou a  muleta, então os meninos viviam assim, fugindo dessas coisas. Alguns hoje me falavam que tinham medo dele, e alegam ser um homem mal, devido às histórias que falavam dele antigamente, até na passagem quando os moleques o avistavam, saiam correndo.
Diferente dos atuais, não que na época não existia, mas hoje os meninos hipnotizados pela tela do computador, os vídeo games, eles inventaram brincadeiras, depois de enjoar das tradicionais, bandeirinha, pira maromba, bola (futebol), garrafão, pira ajuda, pira mãe, policia e ladrão. Até a invenção da pira quadrado, que foi por muito tempo a preferida de toda uma geração.
Quadrilha Explosão Rui Barbosa; A cultura popular esteve presente numa quadrilha que marcou época, ainda era na época das fitas e gravadora, no seu inicio não havia os atuais concursos de quadrilha, elas se apresentavam nas passagens, terreiros, “ruas de lazer”, até surgirem os concursos. Obrigando-os a ficar até altas horas na madrugada, o que não foi do agrado de muitas mães dos componentes da quadrilha. Por um bom tempo ela foi o motivo dos moradores fazer torcida para essa quadrilha, contam que no seu primeiro concurso, os integrantes entravam nervosos na competição, outros dizem que ouve erro, outros não, entre outras coisa teve as glamorosas disputas de misses.
 Eles concorriam com muita força, talvez mais do que no seu conjunto. Lembrar daquela quadrilha é importante, pois coloca a Rui Barbosa no quadro cultural de Belém. Ela atuou em Belém, até seu organizador, a levar para outros lugares, mas tarde ele se mudou da passagem, mas nunca mudou o seu nome mesmo morando em outra passagem, continuou com o nome de Explosão Rui Barbosa. Algumas bases me garantem que no seu inicio, essa quadrilha só dançava porque seus membros gostavam.
Com o tempo eles passaram a ir aos concursos, muitas das moças na época foram impedidas de participar, por começarem a sair por volta de 23:00 e passava por 3:00 da madrugada.
Ridículo: Malucas viram paquitas; A influencia da mídia,sobre  um grupo de dançarinas no seu auge, onde foram à geração que gravou musica fizeram filme, repercutiu por todo o Brasil, e nesse maravilhoso pedaço de chão não podia ser diferente. Já quando a quadrilha era o principal marketing da passagem, e  estava dando seus últimos suspiros, um grupo de “malucas” como eram chamadas pelos moleques da passagem. Apesar de aparentemente festivas, elas viviam em pé de guerra com um grupo rival das paquitas. Cada uma com seu nome, umas pioneiras foi batizada de “bobeou dançou”. Entre uma competição e outra. Dizem as senhoras hoje, antigas paquitas da Rui Barbosa que elas iam aos lugares mais “chiques” e que chegavam até a dar autógrafos, de fato isso foi verdade, até em programas de TV local elas se apresentavam.
Na verdade, tudo era uma festa, principalmente quando a rivalidade entre as filhas do Ceará e da Clara, grupo rival, o qual foram derrotados num certo concurso de paquitas na casa de show, a antiga Opus na Avenida José Bonifacio, para onde elas dançavam. A molecada era quem mais gostava das hilárias discussões das garotas, quando uma brigava por algum motivo. Alguns menino gritavam, para a antipática do grupo “loira burra, loira burra”. E assim eles iam brincando.
Conta a lenda de um grupo de paquitas chamado bobeou dançou, que ia disputar um concurso, se depararam com um outro grupo desconhecido. Chegaram perto e perguntaram de onde elas eram, depois de uma conversa, marcaram um encontro com esse grupo desconhecido que foram lá na casas do outro grupo, percebemos que a solidariedade,e a amizade entre a população ainda exista, e que muitas vezes é esquecida pelo Estado, provando que  a infraestrutura vive independente do Estado, não se importando com a estratificação social.
Vamos contar agora a historia do Romário de costa Segue a historia; 5 de outubro de 2012; Vocês já ouviram falar no Romário, pois na passagem Rui Barbosa no Bairro do Guamá tem um; Mas ao contrario do original esse é chamado de “Romário de Costa”. Pois ele é muito parecido estando de costa. A historia foi assim; Uma vez eles formaram um time de futsal e o tio Pedro estava jogando a mita estava apitando ela viu ele de costa e falou; “Olha o Pedrinho é igual o Romário de costa” toda a turma que estava presente começaram a rir. Assim se deu a historia do Romário de costa da passagem nos anos 1990. Esse time era chamado time dos lambe sal que eles ficavam jogando e bebendo era uma turma inesquecível que fazia parte dessas diversões. Teve muitas historias hilárias, que não foram escritas como a do menino que caiu de cima de uma arvore, outros que em grupo quebrou o galho a arvore e todos caíram e muitas outras.
          14/10 2012; Feliz Círio, Atualmente na passagem Rui Barbosa, em 2012, ano de eleição e de Círio de Nossa Senhora de Nazaré, todos se mobilizaram com referência a qualquer que seja a  de sua crença, fé ou ideológico político a Francisca Martins renunciou a sua candidatura e uma candidata a vereadora assumiu o seu lugar. Pode parecer que as eleições não mechem com essa infraestrutura, mas mexe sim, apesar de não ter ouvido falar que alguem é filiado, mas eles tomam as suas posições.
Quando da reeleição de Edmilson, Ana Cristina que foi muito atuante falou que o PT sondou eles de se integrar a militância oficialmente, mas não acabou acontecendo. Numa eleição complicada onde Edmilson confundiu o pessoal do PT, em vista que o PC do B estava coligado com o PSTU fez uma grande confusão quando o candidato Alfredo Costa se dizia o verdadeiro candidato do PT por isso confundiu muito a cabeça do eleitor da esquerda, em vista que ele Edmilson já tinha sido do PT daí a confusão.
 O certo é que nas eleições foram para o segundo turno entre Zenaldo e Edmilson, quando escrevi um texto que abordava o despertar da esquerda no Pará, em que retratava a coligação dos partidos de esquerda PC do B, PSTU e PSOL foi vetado por interesses capitalistas de uma grande oligarquia em Belém o texto nunca foi publicado. A vitoria acabou ficou com o candidato das elites, o Zenaldo.
Em pleno ano de 2012, estamos vivendo época de eleição, cada casa coloca os seus candidatos de preferência na porta de sua casa. A mais influente Francisca Martins é candidata no Acará. A casa da dona Nazaré perdeu força com a saída do Batista que era militante do PT ele botava o carro para tocar e incendiava a comunidade do PT que estava tímida. Ele atuou  nos anos 2000 estamos hoje em  17 de Outubro de 2012.
Oficina faz parte do passado; Em 2012, a oficina de Marco Aurélio, na passagem Rui Barbosa que foi local de muitos encontros e bate papo, foi fechada por Maria Lilia que alegou estar concentrando muita gente perigosa, é arriscado os chamados matadores poder vir aqui matar alguém que estava jurado de morte, claro que não tem nada a ver com Marco que não se envolvia com essa corja, eles vinham concertar bicicleta na oficina. Ela não faz mais parte da estrutura da passagem como foi escrito no trabalho há alguns meses atrás.
O ex dono da oficina se mudou para São Paulo para trabalhar com um engenheiro. Mas dizem que ele não desistiu da idéia seu plano é juntar um dinheiro e abrir uma oficina em Icoaraci segundo alega é garantido o retorno.
14/11/2012; Com a construção do Portal da Amazônia pela prefeitura, a Concy Modas e o Afonso lanches tiveram que sair de suas respectivas localidades, receberam indenização, a Concy Modas se mudou mas continua na Passagem. Já o Afonso saiu, mas ainda está presente por um tempo locomovendo o carro de lanche.
14/11/2012; Quando do asfaltamento, parece que prevaleceu a Lei do concreto, nenhuma árvore foi mantida, recentemente, algumas permanecem, uma moradora alegou para outra que não quis nenhuma árvore em sua casa, que é uma construção totalmente sem quintal, quase entra em conflito com uma vizinha por causa que a árvore de sua casa  localizada ao lado, os galhos  estavam entrando no apartamento  do segundo andar e ela jogou esse argumento para a outra fazendo com que a moradora fosse obrigada a podar a árvore cortando a sua essência.
Não era só essa parte do Guamá que era igapó, mas toda Belém era um. O que aconteceu foi que eles foram aterrando Sobre a moralização dos moradores é muito parecido com a historia do Brasil, pois na década de 1970.
O Brasil era tido com muito pouco o numero de formandos. O fato de umas moradoras terem feito curso de datilografia, e ao mesmo tempo em que os seus vizinhos diziam “eles são entendidas”, possivelmente na década de 1980, foram contos que ouvi falar de moradores. A formação operaria que muitos tinham, e que alguns prefere ter uma moto ou um carro a ter um curso superior é bem real em nossa sociedade, os números estão ai para ver as estatísticas no Brasil mostram que ainda é uma minoria essa parte da sociedade, que procura um conhecimento a mais como os cursos superiores.
 Há eu sou PM, sou bombeiro está tudo bem enquanto eu tenho a minha moto, não me preocupo com quem está no topo da pirâmide social. Não me preocupo se o Brasil tem índice baixo em notas, eu quero é dar uma profissão para o meu filhos, se ele não começar a roubar as outras pessoas.
Muitos trabalham na feira, e isso para mim é desumano, pois você é levado desde criança como vi crianças crescendo trabalhando nessas feiras, e sem nenhum direito reconhecido, fora o perigo diário das vias. Eles procuram mecanismo de sobrevivência alternativo como venda de cd pirata, e quando não da certo o que eles vão fazer fica a pergunta correr de deposito em deposito nas empresas capitalistas que não vê o bem estar humano, a não ser o lucro.
Muitas das figuras folclóricas se mudaram, surgiram outras, progrediram foram estudar, se formaram partiram pra política como o filho da Francisca Martins foi candidato a vereador numa eleição, parece que não se elegeu.
Foi somente em 2012, que tomei consciência de que a passagem precisava ter a sua historia, a sua fonte histórica por isso criamos o  blog o flickr, que é um lugar onde se guarda fotos, e todos podem ver, batemos foto da passagem antes e depois do asfalto, ficou muito interessante. Até então não tinha nada parecido com essas fontes.
 Uma vez no fórum social mundial em 2009, o professor Raimundo de historia se aliou aminha idéia de escrever historias das “ruas”, passagens, e ele propôs isso nas reuniões do fórum, soube por Silvia Helena, que estava lá nessa época já tinha um material desde 2007, em 2006 eu tive a idéia que foi amadurecendo, atualmente está bem avançado.
Na casa de Maria Lilia, eles colocaram uma TV fechada lá. Ela afirmou que o progresso chegou lá, isso só vêem levantar a tese de que os moradores preferem esses mecanismos do capitalismo a educação, quantos nessa casa deve ter curso superior fica aqui a nossa pergunta e indignação.
Mas nem todos são alienados ao conhecimento na casa da família de Santa Maria, é normal uma aprovação no vestibular UFPA ou UEPA, o pessoal lá é muito ligado nesses interesses educacionais, são sei se chegam a ser militantes do PT, mas em época de eleição eles se destacam pelo partido na passagem, que pega fogo nessas épocas.
Para Alaise, que é típica de São Domingos do Capim, ela prefere ir para lá votar, pois acha as eleições daqui muito pacatas. Então nos percebemos que o povão realmente não está interessado, em se preocupar com os movimentos que envolvem uma eleição eles estão mais sim voltados para a festa, bebida etc.
Uma vez perguntei para ela se ela sabia sobre o marxismo, ela disse que não, mas falei você não estudou isso com o professor, ela disse que nem se lembrava dessas coisas. Todo ano é anos de vestibular sempre fazem festa para algum aprovado certa vez não se viu os fogos na passagem foi um ano escasso em termo de aprovação, mas no geral eles passam no vestibular. Em 2011 foi o ano de um morador da vila do tio Pedro fazer a festa.
 O tio Pedro se mudou da passagem, para Icoaraci, o mais marcante foi que ele alegou isso: “A Rui Barbosa não é mais um lugar bom para se viver, já foi bom mais não é mais”.
 Segundo Maria Lilia, a casa de madeira construída em 1957, quando ela veio morar na passagem Rui Barbosa, já tinha essa casa, onde ela morava, ela disse que a idade da passagem deve ter a sua idade que atualmente em 2012 de 63 anos, no nosso outro calculo concluímos de 53 anos desde 1959. Então percebemos que é difícil estipular uma idade certa para essa complexa formação, o que conseguimos até não tem um a fonte escrita, mas foi com conversa com esses moradores destacados nas paginas anteriores.
 A antiga oficina de Marco Aurélio, que nem chegou a durar tanto assim caiu nos planos de Alexandre queria alugar para fazer encontro de amigos e beber, mas Maria Lilia disse que fez parar por causa disso que o Marco fazia isso.
 Em 16/11/2012 foi o resultado do vestibular da Unama, uma particular para filho das famílias mais abastarda, parece que não teve nenhum aprovado, ou não fizeram esse vestibular em vista que os cursos são muitos caros nessa universidade e nos na passagem estamos longe de serem alunos burgueses. Apesar de as pessoas terem muitos bens materiais como carro, moto, canal fechado, internet, etc. Será que podemos classificar como classe media.
Carta ao Jornal O liberal: “Uma fonte deixada no jornal Liberal, Esse trecho esta presente no nosso livro como se viu nas paginas a cima, mas o interessante é criar fontes históricas para a passagem, é esse um dos nossos objetivos o texto está escrito como foi publicado. Ele foi publicado com o titulo de “A passagem Rui Barbosa” em; 10/07/2012 segue.
            O nome da passagem Rui Barbosa , no bairro do Guamá, em Belém de acordo com as historias que contam, foi devido a uma moça que falava muito no ilustre advogado e jurista Ruy Barbosa. Ela se expressava bem na língua portuguesa e era muito dedicada aos estudos, por isso a passagem foi homenageada com esse nome.
Por volta de 1959, chegavam os primeiros moradores àquela passagem batizada  de “escorrega”, onde com botas e um terçado,abriam caminho. Depois vieram outros que compravam terrenos, capinavam e marcavam a área com uma árvore. Como símbolo de sua presença no local. Por incrível que pareça, os que ali chegavam respeitavam a simples presença da árvore.  
A pequena passagem escorrega só era habitada ou por um jovem casal ou por uma família já formada. Até 1970, ainda era muito rústico. Todas  as casas eram de madeira algumas com televisão e radio. Os quintais eram grandes e cheios de árvores.
Há alguns anos, os moradores tinham acesso ao rio Guamá, pescavam e vendiam peixes que o rio fornecia. Hoje, o rio encontrou dono, deu lugar aos meios de exploração de empresários e industriais.
Sozinhos os moradores construíram pontes  para andar sobre o alagado, aterravam com serragem, caroço de açaí, pranchas de aço, troncos de árvores de açaí ou com ajuda de algum político  querendo voto.cansados de reformar as pontes de madeira para ter acesso a avenida Bernardo Sayão, eles se reuniram e construíram uma estrutura de concreto e fizeram comemoração sem nenhuma entidade governamental.  
Nessa passagem, é frequente o ocorrido de assaltos a pessoas que tem carros, roubo de bicicletas, bolsa de senhoras entre outras violências, está à falta de estudo, e a violência contra professores das escolas próximas. Isso é apenas um trecho da matéria que saiu nos jornais, Liberal e Amazônia. Estava a frente da matéria os morador Claudio Costa que mora a 37 anos na passagem entre outros moradores que reivindicavam a construção de lombadas. Esse foi mais um movimento que os moradores fizeram, dessa vez contra as muitos carros grandes que estavam passando e derrubando fios de luz na passagem, infelizmente foi pouco divulgado, nesse dia pela manhã, já estava sendo preparada as coisas, teve até uma confusão entre dois homens um não queria fechar a passagem outro tinha outro argumento, até a policia foi chamada, que ficou olhando a movimentação.
“Mais uma fonte histórica publicada em o Jornal O Liberal e Amazônia Jornal” Em 14/11/2012, Segue: Tráfego pesado gera polêmica; Moradores protestam com interdição da passagem rui Barbosa; Os moradores da passagem Rui Barbosa, no bairro do Guamá, estão incomodados com o grande tráfego de veículos de cargas pesadas que passam na via. Ontem de manhã, eles colocaram pedras e madeira para impedir a passagem de caminhões pelo local. A principal reivindicação é a implantação de lombadas, uma vez que eles temem a ocorrência de acidentes. Anteontem, um caminhão arrebentou a fiação elétrica e os moradores ficaram sem energia. O sufoco começou desde o mês de junho, quando a Avenida Bernardo Sayão ficou interditada em consequência da obra da prefeitura. Claudio Costa é morador da passagem há 37 anos, e disse que anteontem um caminhão baú arrancou parte da fiação elétrica da passagem e os moradores ficaram algumas horas sem energia. 'Além de ficarmos sem energia, a minha maior preocupação é no perigo que isso poderia causar. Aqui é intenso o trânsito de pedestres, tem uma escola de crianças, tem a igreja, ou seja, várias pessoas caminham pela via, já pensou se o fio acerta em alguém?', questionou Claudio. Ele disse ainda que a comunidade já solicitou providências à Companhia de Transportes de Belém (Ctbel). Foi enviado um ofício para o órgão com o pedido das lombadas, mas os moradores não foram atendidos. 'Nós já pedimos e até agora nada foi resolvido, então, vamos ter que ficar vigilante e impedir o acesso dos caminhões porque nós não vamos deixar uma vida ser tirada por omissão do poder público', reclamou o morador. A assessoria de comunicação da Companhia de Transportes do Município de Belém (Ctbel) informou que para implantar lombadas é necessária a obediência de algumas normas. Antes da aceitação do pedido, o órgão encaminha um técnico do setor de pesquisa para ir até ao local e verificar se o pedido atende aos requisitos. No caso da passagem Rui Barbosa, a assessoria não soube informar o andamento do processo, uma vez que é preciso o número do protocolo. A assessoria informou ainda que uma via só pode ter lombada, caso haja o tráfego de 600 veículos por hora.
Atualmente em 22/11/2012 apareceu um barco na passagem com a esquina com a passagem Joana D‘arc., apareceu lá nesse dia, e as crianças fazem a festa brincando  em cima dele quando passamos lá tinha uma garotinha em cima dele passando e as pessoas costumam ficar conversando no local .
Cada morador tem o seu ponto de vista sobre determinado assunto. Como de forma cultural. Alguns acham maravilhoso, outros são contra, na religião então nem precisa de exemplo. Enquanto para alguns a passagem se resume simplesmente como sua morada, apenas ligada a Belém, outros percebem uma identidade particular, e uma autonomia independente de governos. Fizeram obras, fizeram cultura, foram unidos encontraram divergências, derrubaram as árvores, cresceram de forma desordenada, nos quintais dos pais, mas a cima de tudo estiveram juntos nos bons e  maus  momentos que esse pais passou.
 Uma comunidade que comprava óleo a retalho, onde levava de casa a "vasilha", uma novidade que superou a antiga forma ribeirinha de viver até se enfornar no quarto com computador. Essa sociedade que viu em muitos momentos estarrecidas as perdas de Tancredo Neves, Ayrton Senna e outros, quando o dia em que o Brasil chorou, com eles não foi diferente, ao ver a frustração de Zico, Sócrates e companhia perder a Copa num jogo esquisito segundo os comentários dos profissionais, até 1994, quando gritaram é tetracampeão.
Não tenho duvida de algum morador ter essa historiografia, pode até não concordar, ou alegar estar faltando muita coisa, disso não tenho duvida, se procurar em qualquer um, vai encontrar mais detalhes, e mais versões de cada um com seu ponto critico, só coloquei minha visão, qualquer um pode discordar ou concordar. "É o risco que o historiador corre", nas palavras de Andréa Pastana professora de historia, quando perguntei para ela sobre a possibilidade de alguém não gostar do que esta escrito. 
O importante é que, alguma coisa está escrito. Passamos, desde os tempos dos colonos, da mata virgem, do tempo em que os moradores faziam a rodada de pessoas, as  vezes colocavam galos para brigar,e as vezes com luva de boxe  lutavam entre si, embalados pela febre do boxe na televisão e das luvas oficiais vendidas nas lojas. É uma passagem, onde o acesso para o rio foi tirado, mas ainda assim, se vê os garotos indo para a maré, e  até as moças, em bicicletas nos lugares onde ainda tem acesso ao rio.
Provando que ninguém pode tirar de nós a nossa identidade, nós somos ribeirinhos, procuramos a natureza, mas infelizmente a realidade é que a medida que o tempo passa, menos espaço falta para nós. Sejamos contaminados pelo imperialismo, ainda assim estão em nós as nossas raízes culturais.
Muitas pessoas acreditam que o ribeirinho é somente aquele que encontra no interior dos interiores, mas estão enganados, não por sua culpa, mas por culpa da modernidade e por se acharem diferente nos modos e costumes realmente transformados para as idéias burguesas. "Nós somos ribeirinhos" afirma João de Jesus Paes Loureiro, escritor paraense, foi quando ouvi ele falar isso que fiquei ainda mais convincente da verdade.
 Como já falamos sobre isso, claro que nós da cidade não somos nem o esboço de outras épocas e de atuais, mas afastados. Não agüentariam nem um dia num local onde moram os ribeirinhos de outrora. Cresceu com idéia ribeirinha que consistia em ter o rio como avenida. Inspirados nos portugueses cresceram para dentro da floresta construindo casas, mas ficou caracterizado de frente para o rio onde todos teriam acesso o rio seria a nossa rua.
 O ideal de um ribeirinho consiste em estar de frente para o rio, a caboclada se reúne nas frentes das casas, quando não estão jogando bola é aquela reunião depois dos jogos para falar sobre os craques da pelada é uma choradeira só.
Assim como o blog, o flikr tem por objetivo criar a história dessa passagem estamos formulando uma nova historia na cidade de Belém, desta vez na periferia. Para termo também uma visão critica sobre a sociedade e seus mecanismo que englobam toda uma geração.
Então percebemos que as piadas fazem parte da vida das pessoas não temos por objetivo denegrir a imagem de ninguém, mas passar a idéia que o folclore e historia está presente na vida dessa comunidade.
É muito importante para a formação da nossa cultura, pois somos parte de uma sociedade em que se forma das mais variadas formas. Também percebemos que essa passagem mudou com o tempo, suas casas, seus costumes e sua forma de viver em sociedade.






































                          Linha do Tempo da Passagem Rui Barbosa no Bairro do Guamá. 

1959 Muitas árvores e possível presença dos primeiros moradores. Samaumeira
1960 O ribeirinho João Ribeiro morava na beira do rio Guamá. 
1961 Chegada de dona Nazaré com 15 anos
1962 Possível Presença da Estudante que falava muito no Ruy Babosa
1963 Primeiro batismo chamavam de escorrega
1964 Possível batismo da Passagem.
1965 Construção da ponte de madeira.
1966
1967
1968
1969 Maria Lilia chega à passagem.
1970 Primeiras casas de alvenaria aterramento gradual por moradores.
1971
1972
1973
1974
1975
1976
1977
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985 Construção de pontes pelos moradores no igapó. Sebastião Viana deu inicio.
1986
1987
1988 Instalação dos postes elétricos já havia luz, mas em poste de madeira.
1989
1990 Existência do Luck Som
1991
1992 Formação da Associação dos moradores não governamental.
1993 Auges das “ruas” de lazer festa som, competições etc.
1994 Passagem enfeitada para a Copa
1995 Construção da ponte de concreto pelos moradores.
1996 Chegam as Igrejas Evangélicas e Edmilson Rodrigues é eleito
1997
1998
1999 Auge das construções das casas e muitas árvores na frente das casas.
2000 Edmilson e reeleito muita confusão na passagem.
2001 Jogo de RPG na Rui Barbosa na casa do Marco. 
2002 Galera do RPG, Rup, Rafael, Marco, lua etc.
2003
2004
2005 Existência do bar do finado Bernardo promovia festas
2006 Grupo de Oração Sagrada família.  
2007 Zeca Pirão tenta asfaltar a Passagem. Começo a escrever o livro da Rui Barbosa.
2008
2009 Fórum Social Mundial passagem mobilizada.
2010 Começa o asfaltamento. 
2011 Primeira vez som Brasileirinho, criação do blog e oficina de bicicleta.
2012 Passeio do Grupo de oração sagrada família, criação do flickr. 

53 anos de História. Para alguns ela é mais antiga, outros não fazem idéias, mas o que nos conseguimos resgatar foi esse calculo.  













































O autor

            Nascido em Belém do Pará, em 2 de Janeiro de 1977, se autodenomina comunista marxista esquerdista, e tudo o que for contrario ao capitalismo, mora na passagem Rui Barbosa. Por quase toda a sua vida tendo se mudando por pequenos momentos, como no período em que se mudou para Tucuruí na infância, e ter se mudado para a passagem popular no mesmo bairro.
            Mas sua fascinação, pela passagem rui Barbosa foi sempre voltada para um dia fazer um trabalho como esse, nas mais variadas conversas com populares, desde a infância e as observações na cultura e na forma de viver desse povo. Festas, política sempre fizeram parte do contesto em que nos vivemos. E nesse lugar não seria diferente por tanto está ai uma boa oportunidade de conhecer uma parcela de Belém como é a Rui Barbosa.
             Mas foi depois que ele ingressou na faculdade cursou historia, que ele descobriu que aqui também tem historia e das boas. Essa historiografia também é uma critica, pois não podemos viver sem criticar.
             O autor lança uma critica a sociedade burguesa, a crítica a forma como os         produtos foram sendo colocados no lugar do que antes era uma cultura particular do ribeirinho. Hoje não tem mais isso. Nomes como o de Karl Marx é citado no seu livro.                               Quando ele ingressou em uma faculdade, em 2006, e tendo a idéia de fazer esse trabalho em 2007. Dando os primeiros passos nos contos desse livro.
              A história, na construção do ser humano é muito importante na formação do ser, e para a formação da critica. O marxismo o comunismo são apreciados pelo autor que não dispensou a critica do capitalismo no livro.



Sebastião Pereira Viana Júnior
spvjunior@yahoo.com.br
(91) 8869-3808











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